Filosofia
– VA – 3º Bim – III ano
1. (Ufu 2013) Com efeito, existem a respeito de Deus
verdades que ultrapassam totalmente as capacidades da razão humana. Uma delas
é, por exemplo, que Deus é trino e uno. Ao contrário, existem verdades que
podem ser atingidas pela razão: por exemplo, que Deus existe, que há um só Deus
etc.
AQUINO, Tomás de. Súmula contra os
Gentios. Capítulo Terceiro: A possibilidade de descobrir a verdade
divina. Tradução de Luiz João Baraúna. São Paulo: Abril Cultural, 1979, p.
61.
Para São Tomás de Aquino, a existência de Deus se prova
a) por meios
metafísicos, resultantes de investigação intelectual.
b) por meio do
movimento que existe no Universo, na medida em que todo movimento deve ter
causa exterior ao ser que está em movimento.
c) apenas pela fé,
a razão é mero instrumento acessório e dispensável.
d) apenas como
exercício retórico.
e)
com muita oração.
2.
(Uem 2013) “Os artigos de fé não são
princípios de demonstrações nem conclusões, não sendo nem mesmo prováveis, já
que parecem falsos para todos, para a maioria ou para os sábios, entendendo por
sábios aqueles que se entregam à razão natural, já que só de tal modo se
entende o sábio na ciência e na filosofia.” (OCKHAM, G. [1280-1349]. In:
COTRIM, G. Fundamentos
de Filosofia, São Paulo: Saraiva, 2006, p. 120).
A partir do trecho citado, é correto afirmar
que
01) os argumentos calcados na fé não podem ser
submetidos a demonstrações lógicas.
02) o filósofo apresenta a típica separação
entre aquilo que é do domínio da fé e do domínio da razão para o pensamento
medieval.
04) os artigos de fé são falsos
por natureza, visto que não estão submetidos nem à ciência nem à filosofia.
08) as demonstrações e as conclusões, para os
filósofos, não podem ser deduzidas a partir de princípios falsos.
16) a distinção entre a teologia e a ciência ou
a filosofia está, entre outras coisas, nos diferentes procedimentos ou nos
métodos de comprovação utilizados por elas.
3.
(Ufsj 2013) Segundo David Hume, “Todo
raciocínio abstruso apresenta um mesmo inconveniente”, porque
a) “pode silenciar o
antagonista sem convencê-lo; e para nos darmos conta de sua força, precisamos
dedicar-lhe um estudo tão intenso quanto o que foi necessário para sua
invenção”.
b) “impregna a mente humana
com conceitos do idealismo que o induzem ao holismo moderno”.
c) “justifica a disposição que
a mente humana tem para se inclinar ao silogismo moderno”.
d) “convida o raciocínio a
enigmáticas considerações, direcionando-o ao ceticismo quinhentista”.
e) está
evidente aos sentidos.
4.
(Ufsj 2013) “Não que acreditemos que
Deus exista; pensamos antes que o problema não está aí, no da sua existência
[...] os cristãos podem apelidar-nos de desesperados”.
Essa afirmação revela o pensador
a) Thomas Hobbes, defendendo o
seu pensamento objetivo de que “o homem deve ser tomado como um elemento de
construção da monarquia”.
b) Nietzsche, perseguindo o
direito do homem de tomar posse do seu reino animal e da sua superação e de
reconduzir-se às verdades implícitas nele próprio.
c) Jean-Paul Sartre,
desenvolvendo um argumento, no qual chega à conclusão de que o existencialismo
é um otimismo.
d) David Hume, criticando as
clássicas provas a favor da existência de Deus.
e) Avicena ao criticar o cristianismo católico.
5.
(Uem 2013) “‘Se Deus não existisse,
tudo seria permitido’. Eis o ponto de partida do existencialismo. De fato, tudo
é permitido se Deus não existe, e, por conseguinte, o homem está desamparado
porque não encontra nele próprio nem fora dele nada a que se agarrar. (...) Com
efeito, se a existência precede a essência, nada poderá jamais ser explicado
por referência a uma natureza humana dada ou definitiva; ou seja, não existe
determinismo, o homem é livre, o homem é liberdade. Por outro lado, se Deus não
existe, não encontramos, já prontos, valores ou ordens que possam legitimar a
nossa conduta. Assim, não teremos nem atrás de nós, nem na nossa frente, no
reino luminoso dos valores, nenhuma justificativa e nenhuma desculpa. Estamos sós,
sem desculpas. É o que posso expressar dizendo que o homem está condenado a ser
livre.”
(SARTRE, J. P. O
existencialismo é um humanismo. Tradução de Rita Correia Guedes. São Paulo:
Nova Cultural, 1987, p. 9)
Com base no excerto citado, assinale o que for
correto.
01) O existencialismo é uma
filosofia teológica que procura a razão de ser no mundo a partir da moral
estabelecida.
02) A afirmação “o homem está
condenado a ser livre” é uma contradição, pois não há liberdade onde há a
obrigação de ser livre.
04) O existencialismo fundamenta a liberdade,
independentemente dos valores e das leis da sociedade.
08) Ser livre significa, rigorosamente, ser,
pois não há nada que determine o ser humano, a não ser ele mesmo.
16) A existência de Deus é necessária,
pois, sem ele, o homem deixaria de ser livre.
6.
(Ufsj 2013) Na obra “O existencialismo
é um humanismo”, Jean-Paul Sartre intenta
a) desenvolver a ideia de que
o existencialismo é definido pela livre escolha e valores inventados pelo
sujeito a partir dos quais ele exerce a sua natureza humana essencial.
b) mostrar o significado
ético do existencialismo.
c) criticar toda a
discriminação imposta pelo cristianismo, através do discurso, à condição de ser
inexorável, característica natural dos homens.
d) delinear os aspectos da
sensação e da imaginação humanas que só se fortalecem a partir do exercício da
liberdade.
e) todas as
afirmativas são corretas.
7.
(Upe 2013) A
história da ética, como disciplina filosófica, é mais limitada, no tempo e no
material tratado, que a história das ideias morais da humanidade. Esta última
história compreende o estudo de todas as normas que regulam o comportamento
humano desde os tempos pré-históricos até nossos dias.
VITA, Luís
Washington. Introdução à filosofia, 1964, p. 143.
Sobre esse assunto, coloque V nas
afirmativas Verdadeiras e F nas Falsas.
( ) A
ética é uma ciência prática e, portanto, sem rigor teórico.
( ) A
ética ou filosofia moral é a parte da estética que se ocupa da reflexão a respeito
das noções e dos princípios que fundamentam a vida humana.
( ) Uma
das definições mais corriqueiras da ética ou moral é aquela que se refere ao
estudo da atividade humana com relação aos seus fins imediatos, que é a
realização plena da humanidade.
( ) A
história da moral serve de objeto de reflexão para a ética, ou seja, a ética
parte da diversidade de morais no tempo, com os seus respectivos valores,
princípios e normas.
( ) A
filosofia moral se ocupa da conduta humana sob o aspecto, segundo o qual pode
ser julgada certa ou errada, virtuosa ou viciosa, boa ou má.
Assinale a alternativa que apresenta a
sequência CORRETA.
a) F, F, F, V, V
b) F, F, V, V, V
c) V, F, F, V, V
d) V, V, F, F, F
e) F, V, F, F, V
8.
(Uem 2013) “A razão especulativa,
porém, embora não possa conhecer o ser em si – abstrato, que não se oferece à
experiência e aos sentidos –, pode pensá-lo e coloca problemas que só serão
resolvidos no âmbito da razão prática, isto é, no campo da ação e da moral. Ou
seja, embora Deus, a liberdade e a imortalidade não possam ser conhecidos
(agnosticismo) por não terem uma matéria que se ofereça à experiência sensível,
nem por isso têm sua existência negada.”
(ARANHA, M. L.; MARTINS, M. H. P. Temas de
filosofia. 3ª. ed. rev. São Paulo: Moderna, 2005, p. 115)
Sobre o excerto citado, assinale o que for correto.
01) Razão especulativa e razão
prática se ocupam dos mesmos objetos.
02) Nem tudo o que existe pode ser matéria de
conhecimento.
04) A razão prática ocupa-se da moral.
08) O conhecimento é da ordem do sensível.
16) A razão prática se confunde
com o agnosticismo.
9.
(Uem-pas 2012) As questões religiosas
influenciaram diversos aspectos da sociedade europeia medieval. No universo
político, por exemplo, perante um poder diluído em virtude da organização
feudal da sociedade, a Igreja Católica representava uma instituição com poder
unificador. Nos âmbitos cultural e artístico, a construção e a decoração de
igrejas, as músicas e os ritos litúrgicos e a exegese dos textos sagrados
contribuíram para o florescimento de uma arte sacra. Até mesmo no campo da
Filosofia, as discussões eram pautadas por questões religiosas, pois a
principal preocupação dos filósofos medievais era conciliar fé e razão. A respeito
desses aspectos da sociedade medieval, assinale a(s) alternativa(s) correta(s).
01) A Patrística foi a filosofia e a teologia
desenvolvidas pelos padres da Igreja para encontrar justificativas racionais
para as verdades reveladas.
02) A Escolástica dedicou-se,
preponderantemente, a produzir teses e discussões inaugurais sobre filosofia,
uma vez que, sob a supervisão da Igreja, os filósofos não tinham acesso a
textos de autores clássicos.
04) O Barroco, estilo artístico
que reflete o sentimento humano de conflito entre si e a divindade, apareceu no
período medieval.
08) A seita dos Cátaros e a dos Albigenses foram
consideradas heréticas porque defendiam doutrinas dualistas que conflitavam com
a doutrina católica da ressurreição e o modo de vida levado pelos membros
eclesiásticos.
16) Em A Divina Comédia, o poeta florentino Dante Alighieri resumiu a visão filosófica e o
espírito religioso da sociedade medieval. Nessa obra, Alighieri descreve uma
viagem imaginária e cheia de simbolismo, por meio do inferno, do purgatório e
do paraíso.
10. (Ueg 2012) Uma pesquisa publicada em março de 2011 informa que
o sentimento religioso está diminuindo nos países ricos e que, em algumas
décadas, o ateísmo pode se tornar majoritário nessas regiões. Independentemente
de concordar ou não com as conclusões da pesquisa, filosoficamente, tal
perspectiva pode ser relacionada a
a) Descartes e sua noção de
que Deus existe na medida em que existe a ideia de Deus e ela está no homem,
mas não veio do homem.
b) Marx, que definiu a
religião como o “ópio do povo”, considerando que as condições materiais
interferem nas crenças.
c) Sartre e a noção
existencialista de que todo homem é livre e deve se responsabilizar por essa
liberdade.
d) Spinoza e sua perspectiva
de um deus panteísta, um deus que seria as próprias leis da natureza.
e) Fragilidade
das autoridades religiosas que tornaram-se complacentes com o delito.
11. (Uem 2012)
“Ao
instaurar a ruptura entre mythos [mito] e lógos [razão], a
cultura ocidental provocou um acontecimento desconhecido em outras
culturas: o conflito entre a fé e a razão, que se manifestou desde muito
cedo, já na Grécia antiga”
(CHAUI, Marilena. Convite à filosofia. São Paulo: Editora Ática, 2011. p.332).
Sobre as relações entre fé e razão,
assinale o que for correto.
01) Para enfrentar os questionamentos que a
filosofia, através da razão, impõe à fé, a religião elabora uma ciência do
conhecimento de Deus, isto é, a teologia, segundo a qual o conhecimento de Deus
ocorre por meio da razão.
02) Ludwig Feuerbach considerou a religião como
uma expressão da essência transcendental do homem, todavia, condenou a teologia
que, segundo ele, deve ser substituída por uma antropologia da religião.
04) Santo Agostinho considera a
fé e a graça como os únicos meios de aproximar-se de Deus e condena a teologia
pela prepotência em querer conhecê-lo através da razão.
08) O deísmo é uma reação à religião revelada.
Afirma a existência de um Deus, cujo caráter é uma força, uma energia inteligente,
imanente à natureza e que pode ser conhecido pela razão.
16) Epicuro considerou que a religião não passa
de uma fabulação ilusória que os homens criaram por medo da morte e das forças
da natureza.
12.
(Uem 2011) A palavra religião vem
do latim religio, formada pelo prefixo re (“outra vez, de novo”)
e o verbo ligare (“ligar, unir, vincular”). A religião é um vínculo
entre o mundo profano e o mundo sagrado. A tentativa para transformar a
religião em saber racional chama-se Teologia.
Sobre as relações entre Filosofia e
Teologia, assinale o que for correto.
01) Santo Agostinho, na obra As
confissões, não admite que a religião possa ser transformada em Teologia,
pois a racionalização da religião significaria a destruição da fé.
02) Para Aristóteles, a metafísica é, ao mesmo
tempo, a ciência do ser como tal e a ciência da substância eterna, imóvel e
separada, ou seja, Deus, por isso, chamou também a metafísica de Teologia.
04) O teólogo medieval Guilherme de Ockham
desenvolveu uma ética da liberdade que se opõe a uma Teologia, cujo objetivo é
legitimar a teocracia.
08) O teólogo protestante
Martin Lutero rompe com a Santa Sé, porque considerava que a Igreja católica
apostólica romana não respeitava o princípio teológico do livre-arbítrio.
16) A religião e a Teologia
cristã nunca foram fundamentalistas, pois esta é uma característica da religião
islâmica, que é ímpia.
13.
(Uem 2009) Na obra A Essência do
Cristianismo, Feuerbach faz uma crítica à religião cristã. Para ele, o
homem aliena sua essência na religião, pois os seres humanos se esquecem de que
foram os criadores da divindade e invertem a relação quando acreditam que foram
criados pelos deuses. Assinale o que for correto.
01) Para Feuerbach, o verdadeiro fundamento do
homem é apenas ele mesmo; assim, o único fundamento absoluto de todo pensamento
humano é o homem como razão, como vontade, como coração.
02) A teoria da alienação religiosa de Feuerbach
ofereceu uma contribuição importante à filosofia política, particularmente à de
Marx.
04) Feuerbach critica a
religião, todavia aceita a teologia, pois acredita que ela pode nos conduzir a
um conhecimento racional da essência de Deus.
08) A crítica de Feuerbach à
alienação religiosa levou Marx a aderir à filosofia existencialista de
Feuerbach.
16) Quando Marx declara que a religião é o ópio
do povo, ele concorda com Feuerbach que a religião é uma alienação; para Marx,
a religião amortece a combatividade dos oprimidos e dos explorados, porque lhes
promete uma vida feliz no futuro e no outro mundo.
14.
(Ufu 1998) Para Santo Agostinho, o
homem chega à verdade
a) apenas pela fé em Deus.
b) pelo método alegórico
aplicado à interpretação da Bíblia.
c) pela iluminação divina.
d) pela recordação da alma que
estava junto a Deus.
e) pelos sentidos e pelo
intelecto.
15.
(Uem 2013) Um texto de um filósofo
anônimo da Idade Média apresenta de modo claro um problema central para a
filosofia e a ciência do seu tempo. Ele afirma: “Boécio divide em três as partes
da ciência especulativa: natural, matemática e teológica. Da mesma forma, o
Filósofo [isto é, Aristóteles] divide-a em natural, matemática e metafísica.
Assim, isto que Boécio chama teologia, o Filósofo chama metafísica. Elas são,
portanto, idênticas. Mas a metafísica não é acerca de Cristo. Logo, a teologia
também não o é” (Quaestio de divina scientia. In: FIGUEIREDO, V. Filósofos
na sala de aula. Vol. 3. São Paulo: Berlendis & Vertecchia, 2008, p.
68). A partir do trecho citado, assinale a(s) alternativa(s) correta(s).
01) A teologia apresenta-se na
Idade Média como a ciência principal.
02) A teologia é objeto da filosofia de
Aristóteles, apesar de ela não ter esse nome para ele.
04) A teologia é uma ciência que não diz
respeito à investigação da natureza de Cristo.
08) A teologia é, para esses filósofos, tão
científica quanto a matemática.
16) A teologia e a metafísica são conhecimentos
adquiridos por meio da ciência especulativa.
16.
(Ufsj 2013) Leia
atentamente os fragmentos abaixo.
I. “Também tem sido frequentemente ensinado que a
fé e a santidade não podem ser atingidas pelo estudo e pela razão, mas sim por
inspiração sobrenatural, ou infusão, o que, uma vez aceita, não vejo por que
razão alguém deveria justificar a sua fé...”.
II. “O homem não é a consequência duma
intenção própria duma vontade, dum fim; com ele não se fazem ensaios para
obter-se um ideal de humanidade; um ideal de felicidade ou um ideal de
moralidade; é absurdo desviar seu ser para um fim qualquer”.
III. “(...) podemos estabelecer como máxima
indubitável que nenhuma ação pode ser virtuosa ou moralmente boa, a menos que
haja na natureza humana algum motivo que a produza, distinto do senso de sua
moralidade”.
IV. “A má-fé é evidentemente uma mentira, porque
dissimula a total liberdade do compromisso. No mesmo plano, direi que há também
má-fé, escolho declarar que certos valores existem antes de mim (...).”
Os quatro fragmentos de texto acima são,
respectivamente, atribuídos aos seguintes pensadores
a) Nietzsche, Sartre, Hobbes,
Hume.
b) Hobbes, Nietzsche,
Hume, Sartre.
c) Hume, Nietzsche, Sartre,
Hobbes.
d) Sartre, Hume, Hobbes,
Nietzsche.
e) Francis
Bacon, Roger Bacon, Hume, Hobbes.
QUESTÕES DE ÉTICA
1. (Ufsm
2013) Leonardo Boff inclui a generosidade como uma
pilastra de um modelo adequado de sustentabilidade. Ele a caracteriza do
seguinte modo: Generoso é aquele que comparte, que distribui conhecimentos e
experiências sem esperar nada em
troca. Já os clássicos da filosofia política, como Platão e
Rousseau, afirmavam que uma sociedade não pode fundar-se apenas sobre a
justiça. Ela se tomaria inflexível e cruel. Ela deve viver também da
generosidade dos cidadãos, de seu espírito de cooperação e de solidariedade
voluntária.
Considere as seguintes afirmações:
I. Segundo o texto,
generosidade e justiça podem ser complementares uma à outra.
II. Segundo o
texto, se uma sociedade é inflexível e cruel, então ela está fundada apenas
sobre a justiça.
III. Já na
ética aristotélica, a generosidade é uma virtude e a extravagância e a avareza
são os vícios correlacionados a ela.
Está(ão) correta(s)
a) apenas I.
b) apenas II.
c) apenas I e III.
d) apenas II e III.
e) I, II e III.
2.
(Uem 2013) Na Ética a Nicômaco,
Aristóteles afirma: “Então, quando a amizade é por prazer ou por interesse
mesmo, duas pessoas más podem ser amigas, ou então uma pessoa boa e outra má,
ou uma pessoa que não é nem boa nem má pode ser amiga de outra qualquer
espécie; mas pelo que são em si mesmas é óbvio que somente pessoas boas podem
ser amigas. Na verdade, pessoas más não gostam uma da outra a não ser que
obtenham algum proveito recíproco” (ARISTÓTELES, Ética a Nicômaco. In: Filosofia.
Vários autores. Curitiba: SEED-PR, 2006, p. 123). A partir do trecho citado,
assinale a(s) alternativa(s) correta(s).
01) A amizade comporta uma esfera de interesses
particulares.
02) A amizade, em alguns casos, é consequência
de condicionantes pessoais dos amigos.
04) As amizades desinteressadas
não existem, visto que alguém sempre tem a ganhar na relação.
08) A amizade interessada entre pessoas más
também é amizade.
16) A amizade é falsa quando
não há interesse ou prazer na relação.
3. (Ufu 2013) Autonomia da vontade é aquela sua
propriedade graças à qual ela é para si mesma a sua lei (independentemente da
natureza dos objetos do querer). O princípio da autonomia é, portanto: não
escolher senão de modo a que as máximas da escolha estejam incluídas
simultaneamente, no querer mesmo, como lei universal.
KANT, Immanuel. Fundamentação da
Metafísica dos Costumes. Tradução de Paulo Quintela. Lisboa: Edições 70,
1986, p. 85.
De acordo com a doutrina ética de Kant:
a) O Imperativo
Categórico não se relaciona com a matéria da ação e com o que deve resultar
dela, mas com a forma e o princípio de que ela mesma deriva.
b) O Imperativo
Categórico é um cânone que nos leva a agir por inclinação, vale dizer, tendo
por objetivo a satisfação de paixões subjetivas.
c) Inclinação é a
independência da faculdade de apetição das sensações, que representa aspectos
objetivos baseados em um julgamento universal.
d) A boa vontade
deve ser utilizada para satisfazer os desejos pessoais do homem. Trata-se de
fundamento determinante do agir, para a satisfação das inclinações.
e) Todas as
afirmativas são corretas.
4.
(Ufsj 2013) “Os leitores de jornais
dizem: este partido foi destruído devido a esta ou aquela falta que cometeu.
Minha política superior contesta: um partido que comete esta ou aquela falta
agoniza, não possui a segurança do instinto”.
Esse comentário é emblemático e foi
propalado por
a) Joaquim Barbosa, ao
condenar cinco réus na sua primeira leitura no escândalo político do mensalão,
que assombra o país desde 2005.
b) Friedrich Nietzsche, ao
buscar a explicação para o erro da confusão entre a causa e o efeito.
c) Jean-Paul Sartre,
referindo-se ao partido comunista do início do século XX.
d) Thomas Hobbes, ao defender o unipartidarismo
absoluto.
e) Marx, ao
escrever sua obra O Capital.
5.
(Ufsj 2013) Ao declarar que “a moral e
a religião pertencem inteiramente à psicologia do erro”, Nietzsche
pretendeu
a) destruir os caminhos que “a
psicologia utiliza para negar ou afirmar a moral e a religião”.
b) criticar essa necessidade
humana de se vincular a valores e instituições herdados, já que “o Homem é
forjado para um fim e como tal deve existir”.
c) denunciar o erro que
tanto a moral quanto a religião cometem ao confundir “causa com efeito, ou a
verdade com o efeito do que se considera como verdade”.
d) comprovar que “a moral e a
religião estão no imaginário coletivo, mas para se instalarem enquanto verdade
elas precisam ser avalizadas por uma ciência institucionalizada”.
e) todas as
afirmativas são erradas.
6.
(Uem 2013) “A filosofia de Hegel
constitui, assim, exemplo de um grandioso e radical investimento especulativo,
qualificado como Ideia de liberdade. Ao mesmo tempo em que tem a pretensão de
analisar a liberdade segundo um modo conceitual (lógico-ontológico), quer,
também, compreendê-la como uma forma histórica de sua manifestação. Ou, dito de
outro modo, sem abandonar o seu caráter autorreferencial (subjetivo), o
filósofo pretende efetivá-la na sua necessária forma institucional (objetiva).
(...) Se a liberdade subjetiva não alcançar essa dimensão e se circunscrever no
âmbito dos interesses e desejos particulares dos indivíduos nas suas relações
privadas, o próprio princípio da liberdade se vê ameaçado.”
(MARÇAL, J.
[org.] Antologia de textos filosóficos. Curitiba: SEED-PR, 2009. p.
309).
Com base na citação anterior, assinale o que
for correto.
01) O livre arbítrio constitui
uma ameaça para a realização da liberdade.
02) A liberdade deve ser pensada em dois planos
distintos: o primeiro, autorreferencial ou subjetivo, e o segundo,
institucional ou objetivo.
04) A efetividade do Estado e
das instituições sociais constitui um obstáculo para os desejos particulares
dos indivíduos.
08) O exercício da liberdade é característico de
um processo historicamente definido.
16) A liberdade é uma síntese
da religião com o autoconhecimento.
7.
(Unimontes 2013) O ser humano é responsável
pelo equilíbrio ecológico. Deve também ser responsável por evitar o desastre e,
consequentemente, o desaparecimento do planeta. Nossa responsabilidade não é só
com o momento presente, mas igualmente com as gerações vindouras. Dessa forma,
pode-se afirmar que
a) a consciência ecológica
deturpa a ideia de que a natureza é um convite para vivermos em harmonia com as
demais formas de vida presentes no planeta.
b) a consciência ecológica
nos faz compreender que a natureza é um convite para vivermos em harmonia com
as demais formas de vida presentes no planeta.
c) a consciência ecológica
atrapalha a compreensão de que a natureza é um convite para vivermos em harmonia
com as demais formas de vida presentes no planeta.
d) a consciência ecológica é
um obstáculo para compreendermos que a natureza é um convite para vivermos em
harmonia com as demais formas de vida presentes no planeta.
e) todas as
afirmativas são corretas.
8.
(Upe 2013) A
história da ética, como disciplina filosófica, é mais limitada, no tempo e no
material tratado, que a história das ideias morais da humanidade. Esta última
história compreende o estudo de todas as normas que regulam o comportamento
humano desde os tempos pré-históricos até nossos dias.
VITA, Luís
Washington. Introdução à filosofia, 1964, p. 143.
Sobre esse assunto, coloque V nas
afirmativas Verdadeiras e F nas Falsas.
( ) A
ética é uma ciência prática e, portanto, sem rigor teórico.
( ) A
ética ou filosofia moral é a parte da estética que se ocupa da reflexão a
respeito das noções e dos princípios que fundamentam a vida humana.
( ) Uma
das definições mais corriqueiras da ética ou moral é aquela que se refere ao
estudo da atividade humana com relação aos seus fins imediatos, que é a
realização plena da humanidade.
( ) A
história da moral serve de objeto de reflexão para a ética, ou seja, a ética
parte da diversidade de morais no tempo, com os seus respectivos valores,
princípios e normas.
( ) A
filosofia moral se ocupa da conduta humana sob o aspecto, segundo o qual pode
ser julgada certa ou errada, virtuosa ou viciosa, boa ou má.
Assinale a alternativa que apresenta a
sequência CORRETA.
a) F, F, F, V, V
b) F, F, V, V, V
c) V, F, F, V, V
d) V, V, F, F, F
e) F, V, F, F, V
9.
(Unesp 2013) A
produção de mercadorias e o consumismo alteram as percepções não apenas do eu
como do mundo exterior ao eu; criam um mundo de espelhos, de imagens insubstanciais,
de ilusões cada vez mais indistinguíveis da realidade. O efeito refletido faz
do sujeito um objeto; ao mesmo tempo, transforma o mundo dos objetos numa
extensão ou projeção do eu. É enganoso caracterizar a cultura do consumo como
uma cultura dominada por coisas. O consumidor vive rodeado não apenas por
coisas como por fantasias. Vive num mundo que não dispõe de existência objetiva
ou independente e que parece existir somente para gratificar ou contrariar seus
desejos.
(Christopher Lasch. O mínimo eu, 1987. Adaptado.)
Sob o ponto de vista ético e filosófico, na
sociedade de consumo, o indivíduo
a) estabelece com os produtos
ligações que são definidas pela separação entre razão e emoção.
b) representa a realidade
mediante processos mentais essencialmente objetivos e conscientes.
c) relaciona-se com as
mercadorias considerando prioritariamente os seus aspectos utilitários.
d) relaciona-se com
objetos que refletem ilusoriamente seus processos emocionais inconscientes.
e) comporta-se de maneira
autônoma frente aos mecanismos publicitários de persuasão.
10.
(Upe 2013) Atente
ao texto a seguir sobre a dimensão ético-política:
Fala-se hoje, em toda parte e no Brasil,
numa “crise” dos valores morais. O sentimento dessa crise expressa-se na linguagem
cotidiana, quando se lamenta o desaparecimento do dever-ser, do decoro e da
compostura nos comportamentos dos indivíduos e na vida política, ao mesmo tempo
em que os que assim julgam manifestam sua própria desorientação em face de
normas e regras de conduta cujo sentido parece ter se tornado opaco.
CHAUÍ,
Marilena. Ética. 1994, p. 345.
Com relação a esse assunto, analise os itens
a seguir:
I. A ética é um sistema ideal de grande
nobreza na teoria, mas inaproveitável na prática.
II. A ética é algo inteligível somente no
contexto da religião, pois, nesse contexto, a consciência religiosa responde
quanto aos fundamentos dos princípios morais.
III. A moral regulamenta as relações mútuas entre
os indivíduos e entre estes e a comunidade, enquanto a política abrange as
relações entre grupos humanos (classes, povos ou nações).
IV. O homem pode renunciar à moral, porque esta não
corresponde a uma necessidade social; de igual modo, pode renunciar à política,
porque esta não responde a uma necessidade social.
V. A realização da moral como concretização
de certos princípios coloca a necessidade de relacioná-los com as condições
sociais às quais se referem, com as aspirações e interesses que os inspiram e
com o tipo concreto de relações humanas que pretendem regulamentar.
Estão CORRETOS
a) apenas I, II, III e V.
b) apenas II, III, IV e V.
c) apenas III, IV e V.
d) I, II, III, IV e V.
e) apenas III e V.
11.
(Uem-pas 2012) “Na abertura de sua obra Política,
Aristóteles afirma que somente o homem é um ‘animal político’, isto é, social e
cívico, porque somente ele é dotado de linguagem. Os outros animais, escreve
Aristóteles, possuem voz (phoné) e com ela exprimem dor e prazer, mas o
homem possui a palavra (lógos) e, com ela, exprime o bom e o mau, o
justo e o injusto. Exprimir e possuir em comum esses valores é o que torna
possível a vida social e, dela, somente os homens são capazes.” (CHAUÍ, M. Convite
à Filosofia. 14ª edição. São Paulo: Ática, 2011, p. 185). A partir dessa
reflexão sobre o homem e a linguagem, assinale o que for correto.
01) O homem se distingue dos
animais porque possui linguagem simbólica, isto é, capaz de estabelecer
ligações entre os signos e as coisas.
02) Expressões artísticas, como
a pintura, a fotografia e a dança, não podem ser consideradas formas de
linguagens.
04) A linguagem é um instrumento político, pois
o domínio da linguagem culta é uma forma de segregação entre distintas classes
sociais.
08) A Lógica se distingue da linguagem natural
porque não se ocupa com a significação dos conteúdos do pensamento, mas sim com
sua expressão formal.
16) Palavras “tabu” são aquelas proibidas de
serem pronunciadas, sob pena de punição, como forma de reforçar laços sociais e
reprimir costumes.