CORRUPÇÃO
Frases de efeito como: ”Por mais ética na política”, ou chavões do
tipo: “O brasileiro é corrupto por natureza”, são insuficientes para eliminar a
corrupção que foi descoberta na Petrobrás.
A corrupção faz parte da história de todos os países. O que muda, em
cada caso, é a maturidade com que cada povo lida com o problema.
“Culpar a herança da burocracia colonial pelos casos de corrupção atual
no Brasil é apenas jogar para o passado os pecados do presente”, diz o
historiador Stuart Schwartz.
”De fato, a corrupção não é privilégio do brasileiro e muito menos está
em seu DNA”, diz Bruno Brandão, consultor da Transparência Internacional. “Na
verdade ela aparece sempre que se produzem condições para sua ocorrência, mesmo
nos países mais desenvolvidos”.
Bruno lembra que há poucos anos, a Alemanha e França concediam
incentivos fiscais para praticar suborno internacional a suas empresas. As
multinacionais alemãs podiam descontar do imposto de renda o suborno pago a
autoridades em países onde tinham negócios.
O Banco Mundial estima que, só em suborno, são gastos mais de um
trilhão de dólares anuais no mundo. A Transparência Internacional criou um
questionário respondido por jornalistas, acadêmicos e diplomatas para avaliar o
grau de corrupção de um país. Os países com zero ponto são totalmente
corruptos, cem pontos indica um país livre de corrupção.
O Brasil ficou com 43 pontos, que corresponde à 69ª posição. A Coreia
do Norte e a Somália ficaram na última posição 174ª. A Dinamarca lidera com 92
pontos, portanto, por lá quase não há corrupção.
Alguns afirmam que a transparência resolve a questão da corrupção, mas
não é o que acontece com o financiamento de campanhas. Vejamos.
O meu voto vale a mesma coisa que o de alguém que doou milhões para o
mesmo candidato? Provavelmente não. Esse desequilíbrio cria o que alguns chamam
de corrupção legal, ou institucional, exercida dentro da lei.
O resultado dessa prática é a paralisação de qualquer projeto de lei
que ameace os interesses dos grande doadores.
“Não existe doação de campanha. São empréstimos a serem cobrados
posteriormente, com juros altos”. Quem disse isso, foi um corrupto confesso: o
ex-diretor da Petrobrás Paulo Roberto da Costa.
Apesar de não haver consenso quanto a melhor forma de acabar com o
toma-lá-dá-cá alguns defendem a total eliminação de doações de empresas
privadas, além de pedirem contenção nos gastos de campanha. Também “é preciso
fortalecer e reformar os órgãos de controle, como Tribunal de Contas e as
Controladorias, além do Poder Judiciário”, conclui Bruno Brandão.
Este texto é uma síntese da Revista Super Interessante, edição de maio
de 2015. Para continuar lendo acesse a página da revista e a Transparência
Internacional.
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