domingo, 12 de abril de 2015

REFLEXÕES PARA 2 ANO

Olá pessoal! As questões em negrito são as corretas.
1. (Uem 2012)  Afirma o filósofo David Hume (1711-1776):

“Todos os objetos da investigação ou razão humana podem ser naturalmente divididos em duas espécies, quais sejam, relações de ideias e questões de fato. Na primeira estão incluídas as ciências da geometria, álgebra e aritmética, ou, em suma, toda afirmação intuitiva ou demonstrativamente certa. [...] Questões de fato, que são a segunda espécie de objetos da razão humana, não são passíveis de uma certificação como essa, e tampouco nossa evidência de sua verdade, por grande que seja, é da mesma natureza que a precedente.”

(HUME, D. Investigação sobre o entendimento humano. In: Figueiredo, V. (Org.) Filósofos na sala de aula, São Paulo: Berlendis & Vertecchia, 2008, v. 3, p. 107).

Sobre essa noção de ciência, é correto afirmar que
01) a filosofia da ciência de Hume trata de objetos, ou seja, de coisas concretas e materiais.   
02) as ciências matemáticas para Hume possuem certeza e verdade.   
04) as relações de ideias podem ser verdadeiras desde que sejam passíveis de demonstração matemática.   
08) há um domínio de objetos de investigação humana – a que pertencem as questões de fato – que não pode ser demonstrado matematicamente.   
16) a razão humana deve ter como objeto de investigação apenas aquilo que pode ser matematizável.   
  
2. (Ufsj 2011)  A razão, para Hume, é:
a) “a descoberta da verdade ou da falsidade. A verdade e a falsidade consistem no acordo e desacordo seja quanto à relação real de ideias, seja quanto à existência e aos fatos reais”.   
b) “nossas propensões naturais e distinções morais implicam, necessariamente, uma razão inata”.   
c) “os concomitantes da ação induzem a uma concepção notória daquilo que se pode determinar como universo da razão”.   
d) “em sentido estrito e filosófico, a razão nos informa sobre os critérios e conexões entre as paixões e desafetos humanos”.   
  
3. (Ufsj 2005)  Leia o seguinte diálogo:

Filonous: “Só falo a respeito das coisas sensíveis. E sobre estas, pergunto: ‘por existência real das coisas sensíveis entendeis uma existência exterior à mente, e distinta de serem percepcionadas?’.
Hilas: Entendo uma existência real absoluta: distinta, pois, de serem percepcionadas, e até sem casta de relação alguma com isso de serem percepcionadas”.

Considerando o diálogo acima, para Berkeley,

I. as coisas sensíveis têm existência nas mentes.
II. as coisas sensíveis têm existência exterior à mente.
III. há coisas percepcionantes e o próprio dessas coisas é percepcionarem.
IV. as mentes existem em si mesmas e as coisas sensíveis existem nas mentes.
V. as coisas sensíveis são “ideias” ou imagens.

Estão CORRETAS as afirmações:
a) I, III, IV, V   
b) I, II, III, IV   
c) II, III, IV, V   
d) I, II, IV, V   
  
4. (Ufsj 2005)  Considere o diálogo abaixo, da obra de Berkeley.

Hilas: Não neguei que nos corpos haja calor real. Digo tão-somente que nada existe que seja um calor real intenso.

Filonous: É certo; mas é que não considerei naquele instante o fundamento que há para distinguir entre eles, e que agora enxergo com a clareza máxima. E digo o seguinte: o calor intenso não é outra coisa senão modo particular de sensação dolorosa; e como seja que a dor só poderá oferecer-se em um ser capaz de percepções, cumpre concluir que um calor intenso não pode nunca realmente dar-se numa substância corpórea que não percepciona.

Com base nesse diálogo, analise as afirmações a seguir:

I. a dor só existe se for percepcionada.
II. todo grau de calor que for doloroso ou indolor só existe na mente.
III. os corpos externos são incapazes de qualquer calor.
IV. o calor reside nos corpos externos.

V. o calor reside nos corpos externos e internos.
De acordo com essa análise, estão CORRETAS as afirmações
a) II, III, IV   
b) III, IV, V   
c) I, IV, V   
d) I, II, III   
  
5. (Uem 2013)  “É de grande utilidade para o marinheiro saber a extensão de sua linha, embora não possa com ela sondar toda a profundidade do oceano. É conveniente que saiba que era suficientemente longa para alcançar o fundo dos lugares necessários para orientar sua viagem, e preveni-lo de esbarrar contra escolhos que podem destruí-lo. Não nos diz respeito conhecer todas as coisas, mas apenas aquelas que se referem à nossa conduta.”

(LOCKE, John. Ensaio sobre o entendimento humano. In: CHALITA, Gabriel. Vivendo a filosofia: ensino médio. 4.ª ed. São Paulo: Ática, 2011. p. 251).


Com base nessa citação em que John Locke considera os conhecimentos do marinheiro, é correto afirmar que
01) o entendimento humano é ilimitado.   
02) a profundidade do oceano é maior do que o instrumento de medida do marinheiro.   
04) a medida da linha não precisa ser maior do que o necessário para orientar a correta navegação do barco.   
08) a linha está orientada apenas em função da pesca.   
16) a experiência empírica não é válida.   
  
6. (Ufsj 2012)  Ao investigar as origens das ideias, diversos filósofos fizeram interferências importantes no pensamento filosófico da humanidade. Dentre eles, destaca-se o pensamento de John Locke. Assinale a alternativa que expressa as origens das ideias para John Locke.
a) “Não há dúvida de que todo o nosso conhecimento começa com a experiência [...] mas embora todo o nosso conhecimento comece com a experiência, nem por isso todo ele pode ser atribuído a esta, mas à imaginação e à ideia.”   
b) “O que sou eu? Uma substância que pensa. O que é uma substância que pensa? É uma coisa que duvida, que concebe, que afirma, que nega, que quer, que não quer, que imagina e que sente, uma ideia em movimento.   
c) “Quando analisamos nossos pensamentos ou ideias, por mais complexos e sublimes que sejam, sempre descobrimos que se resolvem em ideias simples que são cópias de uma sensação ou sentimento anterior, calcado nas paixões.”   
d) “Afirmo que essas duas, a saber, as coisas materiais externas, como objeto da sensação, e as operações de nossas próprias mentes, como objeto da reflexão, são, a meu ver, os únicos dados originais dos quais as ideias derivam.”   
  
7. (Ueg 2012)  David Hume nasceu na cidade de Edimburgo, em pleno Século das Luzes, denominação pela qual ficou conhecido o século XVIII. Para investigar a origem das ideias e como elas se formam, Hume parte, como a maioria dos filósofos empiristas, do cotidiano das pessoas. Do ponto de vista de um empirista,
a) não existem ideias inatas.   
b) não existem ideias abstratas.   
c) não existem ideias a posteriori.   
d) não existem ideias formadas pela experiência.   
  
8. (Ufsj 2012)  Os termos “impressões” e “ideias”, para David Hume, são, respectivamente, por ele definidos como
a) “nossas percepções mais fortes, tais como nossas sensações, afetos e sentimentos; percepções mais fracas ou cópias daquelas na memória e imaginação”.   
b) “aquilo que se imprime à memória e nos permite ativar a imaginação; lampejos inéditos sobre o objeto e sua natureza”.   
c) “o que fica impresso na memória independentemente da força: ação de criar a partir do dado sensorial”.   
d) vaga noção do sensível; raciocínio com força de lei que legitima a natureza no âmbito da razão”.   
  
9. (Ufsj 2012)  David Hume afirma que “a razão, em sentido estrito e filosófico, só pode influenciar nossa conduta de duas maneiras”, a saber:
a) “a razão por si só funda a moral humana e como tal nela encontra respaldo para instaurar influências, além disso, reduz o campo de influência dogmática sobre a conduta humana”.   
b) “ao reconhecer o estatuto racional que fundamenta e legitima a paixão, a moral se estabelece como consequência dessa razão em si mesma, além de determinar o sujeito que age”.   
c) “despertando uma paixão ao nos informar sobre a existência de alguma coisa que é um objeto próprio dessa paixão ou descobrindo a conexão de causas e efeitos de modo a nos dar meios de exercer uma paixão qualquer”.   
d) “razão e ação prática são princípios ativos fundamentais que conferem poderes aos corpos externos ou às ações racionais ou se fundam, exclusivamente, na intenção que é peculiar ao indivíduo”.   
  
10. (Unicentro 2010)  Assinale a alternativa correta. Para David Hume (1711-1776),
a) a alma é como uma tábula rasa (uma tábua onde não há inscrições), ou seja, o conhecimento só começa depois da experiência sensível.   
b) o que nos faz ultrapassar o dado e afirmar mais do que pode ser alcançado pela experiência é o hábito criado através da observação de casos semelhantes.   
c)  “saber é poder”, ou seja, o conhecimento não é contemplativo e desinteressado, mas sim um saber instrumental, direcionado para a utilidade da ciência para a vida.   
d) as ideias claras e distintas são ideias inatas, não derivam do particular, mas já se encontram no espírito. Por isso, não estão sujeitas ao erro, pois vêm da razão, isto é, são independentes das ideias que vêm “de fora”, formadas pela ação dos sentidos.   
e) o positivismo corresponde à maturidade do espírito humano. O reino da ciência é o reino da necessidade. No mundo da necessidade, não há lugar para a liberdade.   
  
11. (Ufu 2008)  Leia atentamente o texto a seguir sobre a teoria do hábito em David Hume.

E é certo que estamos aventando aqui uma proposição que, se não é verdadeira, é pelo menos muito inteligível, ao afirmarmos que, após a conjunção constante de dois objetos – calor e chama, por exemplo, ou peso e solidez –, é exclusivamente o hábito que nos faz esperar um deles a partir do aparecimento do outro.

HUME, D. Investigações sobre o entendimento humano e sobre os princípios da moral.
São Paulo: Editora UNESP, 2004. p. 75.

Com base na Teoria de Hume e no texto acima, marque a alternativa INCORRETA, ou seja, aquela que de modo algum pode ser uma interpretação adequada desse texto.
a) A conjunção constante entre dois objetos explica a força do hábito e, consequentemente, o procedimento da inferência.   
b) A hipótese do hábito é consequente com a teoria de Hume, de que todo o nosso conhecimento é construído por experiência e observação.   
c) Se a causalidade fosse construída a priori e de modo necessário, não seria preciso recorrer à experiência e à repetição para que de uma causa fosse extraído o respectivo efeito.   
d) O hábito jamais pode ser a base da inferência. Em virtude disso, os conceitos de causa e efeito jamais podem se aplicar a qualquer objeto da experiência.   
  
12. (Uem 2008)  “O hábito é, pois, o grande guia da vida humana. É aquele princípio único que faz com que nossa experiência nos seja útil e nos leve a esperar, no futuro, uma sequência de acontecimentos semelhante às que se verificaram no passado. Sem a ação do hábito, ignoraríamos completamente toda questão de fato além do que está imediatamente presente à memória ou aos sentidos. Jamais saberíamos como adequar os meios aos fins ou como utilizar os nossos poderes naturais na produção de um efeito qualquer. Seria o fim imediato de toda a ação, assim como da maior parte da especulação.”

(HUME, David. Investigação sobre o entendimento humano. São Paulo: Abril Cultural, 1973, pp. 145-146. Os Pensadores).

Com base nesse texto e no seu conhecimento sobre a Filosofia de Hume, assinale o que for correto.
01) Segundo Hume, entre um fenômeno e outro não há conexão causal necessária que possa ser verificada na experiência; é o hábito que explica a noção da relação causa e efeito: por termos visto, várias vezes juntos, dois objetos ou fatos – por exemplo, calor e chama, peso e solidez –, somos levados, pelo costume, a prever um quando o outro se apresenta.   
02) Como representante do racionalismo, Hume afirmou que o princípio de causalidade, lei inexorável que regula todos os acontecimentos da natureza, é inferido da experiência por um processo de raciocínio.
04) Para Hume, o hábito é um falso guia; se não nos fiarmos na razão, fonte do conhecimento verdadeiro, e nos deixarmos conduzir pelo costume, erraremos inevitavelmente em nossas ações e investigações.   
08) É o hábito que nos permite ultrapassar os dados empíricos, os quais possuímos seja na forma de impressão seja na forma de ideias, e afirmar mais do que aquilo o qual pode ser alcançado na experiência imediata.   
16) A ideia de causa é apenas uma ideia geral constituída pela associação de ideias e baseada na crença formada pelo hábito.    
  
13. (Unicamp 2014)  A dúvida é uma atitude que contribui para o surgimento do pensamento filosófico moderno. Neste comportamento, a verdade é atingida através da supressão provisória de todo conhecimento, que passa a ser considerado como mera opinião. A dúvida metódica aguça o espírito crítico próprio da Filosofia.
(Adaptado de Gerd A. Bornheim, Introdução ao filosofar. Porto Alegre: Editora Globo, 1970, p. 11.)

A partir do texto, é correto afirmar que:
a) A Filosofia estabelece que opinião, conhecimento e verdade são conceitos equivalentes.  
b) A dúvida é necessária para o pensamento filosófico, por ser espontânea e dispensar o rigor metodológico.   
c) O espírito crítico é uma característica da Filosofia e surge quando opiniões e verdades são coincidentes.   
d) A dúvida, o questionamento rigoroso e o espírito crítico são fundamentos do pensamento filosófico moderno.   
  
14. (Ufsj 2013)  Leia atentamente os fragmentos abaixo.

I. “Também tem sido frequentemente ensinado que a fé e a santidade não podem ser atingidas pelo estudo e pela razão, mas sim por inspiração sobrenatural, ou infusão, o que, uma vez aceita, não vejo por que razão alguém deveria justificar a sua fé...”.
II. “O homem não é a consequência duma intenção própria duma vontade, dum fim; com ele não se fazem ensaios para obter-se um ideal de humanidade; um ideal de felicidade ou um ideal de moralidade; é absurdo desviar seu ser para um fim qualquer”.
III. “(...) podemos estabelecer como máxima indubitável que nenhuma ação pode ser virtuosa ou moralmente boa, a menos que haja na natureza humana algum motivo que a produza, distinto do senso de sua moralidade”.
IV. “A má-fé é evidentemente uma mentira, porque dissimula a total liberdade do compromisso. No mesmo plano, direi que há também má-fé, escolho declarar que certos valores existem antes de mim (...).”

Os quatro fragmentos de texto acima são, respectivamente, atribuídos aos seguintes pensadores
a) Nietzsche, Sartre, Hobbes, Hume.   
b) Hobbes, Nietzsche, Hume, Sartre.   
c) Hume, Nietzsche, Sartre, Hobbes.   
d) Sartre, Hume, Hobbes, Nietzsche.   
  
15. (Uem 2013)  O filósofo alemão Hegel (1770-1831) afirma que “É tarefa da filosofia conceber o que é, pois, aquilo que é é a razão. No que concerne ao indivíduo, cada um é, de todo modo, um filho de seu tempo; do mesmo modo que a filosofia é seu tempo apreendido em pensamentos” (HEGEL, G. W. F. Excertos e parágrafos traduzidos. In: Antologia de Textos Filosóficos. MARÇAL, J. (org.). Curitiba: SEED-PR, 2009, p. 314). A partir do trecho citado, assinale a(s) alternativa(s) correta(s).
01) A razão de algo é o conceito desse algo concebido filosoficamente pelo seu tempo.   
02) Aquilo que é, a essência de algo, é para o filósofo um conceito racional.   
04) O indivíduo, que é filho de seu tempo, do ponto de vista filosófico, pensa os seus problemas a partir de seu momento histórico.   
08) Os conceitos filosóficos, por serem determinados historicamente, estão restritos ao seu tempo e à sua época, não sendo, pois, universais.   
16) A reflexão filosófica está intimamente ligada ao seu momento histórico, visto que leva esse mundo ao plano do conceito.   
  
16. (Uncisal 2011)  No período moderno, emergiu uma escola filosófica que pôs em questão as concepções inatistas e metafísicas de conhecimento. Para os filósofos partidários dessa escola, o conhecimento é sempre decorrente da experiência, jamais podendo existir ideias inatas. O nome dessa corrente filosófica, bem como o nome de um de seus filósofos representativos são, respectivamente:
a) inatismo; Descartes.   
b) idealismo; Kant.   
c) escolástica; Santo Agostinho.   
d) empirismo; Locke.   
e) metafísica; Platão.
17. (Uem 2010)  Hegel criticou o inatismo, o empirismo e o kantismo. Endereçou a todos a mesma crítica, a de não terem compreendido o que há de mais fundamental e essencial à razão: o fato de ela ser histórica. Com base nessa afirmação, assinale o que for correto.
01) Ao afirmar que a razão é histórica, Hegel considera a razão como sendo relativa, isto é, não possui um caráter universal e não pode alcançar a verdade.   
02) Não há para Hegel nenhuma relação entre a razão e a realidade. Submetida às circunstâncias dos eventos históricos, a razão está condenada ao ceticismo, isto é, “ao duvidar sempre”.   
04) A identificação entre razão e história conduz Hegel a desenvolver uma concepção materialista da história e da realidade, negando entre ambas a possibilidade de uma relação dialética.   
08) No sistema hegeliano, a racionalidade não é mais um modelo a ser aplicado, mas é o próprio tecido do real e do pensamento. O mundo é a manifestação da ideia, o real é racional, e o racional é o real.   
16) Karl Marx, ao afirmar, na Ideologia alemã, que não é a história que anda com as pernas das ideias, mas as ideias é que andam com as pernas da história, critica, ao mesmo tempo, o idealismo e a concepção da história de Hegel e dos neo-hegelianos.

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