1.
(Uem 2012) Afirma o filósofo David
Hume (1711-1776):
“Todos os objetos da
investigação ou razão humana podem ser naturalmente divididos em duas espécies,
quais sejam, relações de ideias e questões de fato. Na primeira estão incluídas
as ciências da geometria, álgebra e aritmética, ou, em suma, toda afirmação
intuitiva ou demonstrativamente certa. [...] Questões de fato, que são a
segunda espécie de objetos da razão humana, não são passíveis de uma
certificação como essa, e tampouco nossa evidência de sua verdade, por grande
que seja, é da mesma natureza que a precedente.”
(HUME, D.
Investigação sobre o entendimento humano. In: Figueiredo, V. (Org.) Filósofos
na sala de aula, São Paulo: Berlendis & Vertecchia, 2008, v. 3, p.
107).
Sobre essa noção de ciência, é correto afirmar que
01) a filosofia da ciência de
Hume trata de objetos, ou seja, de coisas concretas e materiais.
02) as ciências matemáticas
para Hume possuem certeza e verdade.
04) as relações de ideias podem
ser verdadeiras desde que sejam passíveis de demonstração matemática.
08) há um domínio de objetos de
investigação humana – a que pertencem as questões de fato – que não pode ser demonstrado
matematicamente.
16) a razão humana deve ter
como objeto de investigação apenas aquilo que pode ser matematizável.
2. (Ufsj
2011) A razão, para Hume, é:
a) “a descoberta da verdade ou
da falsidade. A verdade e a falsidade consistem no acordo e desacordo seja quanto à relação real de
ideias, seja quanto à existência e aos fatos reais”.
b) “nossas propensões naturais
e distinções morais implicam, necessariamente, uma razão inata”.
c) “os concomitantes da ação
induzem a uma concepção notória daquilo que se pode determinar como universo da
razão”.
d) “em sentido estrito e
filosófico, a razão nos informa sobre os critérios e conexões entre as paixões
e desafetos humanos”.
3.
(Ufsj 2005) Leia o seguinte diálogo:
Filonous: “Só falo a respeito das coisas
sensíveis. E sobre estas, pergunto: ‘por existência real das coisas sensíveis
entendeis uma existência exterior à mente, e distinta de serem
percepcionadas?’.
Hilas: Entendo uma existência real absoluta:
distinta, pois, de serem percepcionadas, e até sem casta de relação alguma com
isso de serem percepcionadas”.
Considerando o diálogo acima, para Berkeley,
I. as coisas sensíveis têm existência nas
mentes.
II. as coisas sensíveis têm existência
exterior à mente.
III. há coisas percepcionantes e o próprio
dessas coisas é percepcionarem.
IV. as mentes existem em si mesmas e as
coisas sensíveis existem nas mentes.
V. as coisas sensíveis são “ideias” ou
imagens.
Estão CORRETAS as afirmações:
a) I, III, IV, V
b) I, II, III, IV
c) II, III, IV, V
d) I, II, IV, V
4.
(Ufsj 2005) Considere o diálogo abaixo,
da obra de Berkeley.
Hilas: Não neguei que nos corpos haja calor
real. Digo tão-somente que nada existe que seja um calor real intenso.
Filonous: É certo; mas é que não considerei
naquele instante o fundamento que há para distinguir entre eles, e que agora
enxergo com a clareza máxima. E digo o seguinte: o calor intenso não é outra
coisa senão modo particular de sensação dolorosa; e como seja que a dor só
poderá oferecer-se em um ser capaz de percepções, cumpre concluir que um calor
intenso não pode nunca realmente dar-se numa substância corpórea que não
percepciona.
Com base nesse diálogo, analise as
afirmações a seguir:
I. a dor só existe se for percepcionada.
II. todo grau de calor que for doloroso ou
indolor só existe na mente.
III. os corpos externos são incapazes de
qualquer calor.
IV. o calor reside nos corpos externos.
V. o calor reside nos corpos externos e
internos.
De acordo com essa análise, estão CORRETAS
as afirmações
a) II, III, IV
b) III, IV, V
c) I, IV, V
d) I, II, III
5.
(Uem 2013) “É de grande utilidade para
o marinheiro saber a extensão de sua linha, embora não possa com ela sondar
toda a profundidade do oceano. É conveniente que saiba que era suficientemente
longa para alcançar o fundo dos lugares necessários para orientar sua viagem, e
preveni-lo de esbarrar contra escolhos que podem destruí-lo. Não nos diz respeito
conhecer todas as coisas, mas apenas aquelas que se referem à nossa conduta.”
(LOCKE, John.
Ensaio sobre o entendimento humano. In: CHALITA, Gabriel. Vivendo a
filosofia: ensino médio. 4.ª ed. São Paulo: Ática, 2011. p. 251).
Com base nessa citação em que John Locke
considera os conhecimentos do marinheiro, é correto afirmar que
01) o entendimento humano é
ilimitado.
02) a profundidade do oceano é
maior do que o instrumento de medida do marinheiro.
04) a medida da linha não
precisa ser maior do que o necessário para orientar a correta navegação do
barco.
08) a linha está orientada
apenas em função da pesca.
16) a experiência empírica não
é válida.
6. (Ufsj
2012) Ao investigar as origens das ideias, diversos filósofos fizeram
interferências importantes no pensamento filosófico da humanidade. Dentre eles, destaca-se
o pensamento de John Locke. Assinale
a alternativa que expressa as origens das ideias para John Locke.
a) “Não
há dúvida de que todo o nosso conhecimento começa com a experiência [...] mas embora todo o nosso conhecimento comece com a experiência, nem por isso todo
ele pode ser atribuído a esta, mas à imaginação
e à ideia.”
b) “O
que sou eu? Uma substância que pensa. O que é uma substância que pensa? É uma coisa que duvida, que concebe, que afirma, que nega, que quer, que não
quer, que imagina e que sente, uma ideia em movimento.
c) “Quando
analisamos nossos pensamentos ou ideias, por mais complexos
e sublimes que sejam, sempre descobrimos que se resolvem em ideias simples que são cópias de uma sensação ou sentimento anterior, calcado nas paixões.”
d) “Afirmo que essas duas, a saber, as coisas materiais externas, como objeto da sensação, e as operações de nossas próprias mentes, como objeto da reflexão,
são, a meu ver, os únicos dados
originais dos quais as ideias derivam.”
7. (Ueg 2012) David Hume nasceu na cidade de Edimburgo, em pleno
Século das Luzes, denominação pela qual ficou conhecido o século XVIII. Para
investigar a origem das ideias e como elas se formam, Hume parte, como a
maioria dos filósofos empiristas, do cotidiano das pessoas. Do ponto de vista
de um empirista,
a) não existem ideias inatas.
b) não existem ideias
abstratas.
c) não existem ideias a
posteriori.
d) não existem ideias formadas
pela experiência.
8. (Ufsj
2012) Os termos
“impressões” e “ideias”, para David Hume, são, respectivamente, por ele definidos como
a) “nossas percepções mais fortes, tais como nossas sensações, afetos e sentimentos; percepções mais fracas ou cópias daquelas na memória e imaginação”.
b) “aquilo
que se imprime
à memória e nos permite ativar a imaginação; lampejos inéditos sobre o objeto e sua
natureza”.
c) “o
que fica
impresso na memória independentemente
da força: ação de criar a partir do
dado sensorial”.
d) “vaga noção do sensível; raciocínio com força de lei que legitima a natureza no âmbito da razão”.
9. (Ufsj 2012) David Hume afirma que “a razão, em sentido estrito
e filosófico, só pode influenciar nossa conduta de duas maneiras”, a saber:
a) “a razão por si só funda a
moral humana e como tal nela encontra respaldo para instaurar influências, além
disso, reduz o campo de influência dogmática sobre a conduta humana”.
b) “ao reconhecer o estatuto
racional que fundamenta e legitima a paixão, a moral se estabelece como
consequência dessa razão em si mesma, além de determinar o sujeito que age”.
c) “despertando uma paixão ao
nos informar sobre a existência de alguma coisa que é um objeto próprio dessa paixão ou
descobrindo a conexão de causas e efeitos de modo a nos dar meios de exercer
uma paixão qualquer”.
d) “razão e ação prática são
princípios ativos fundamentais que conferem poderes aos corpos externos ou às
ações racionais ou se fundam, exclusivamente, na intenção que é peculiar ao
indivíduo”.
10.
(Unicentro 2010) Assinale
a alternativa correta. Para David Hume (1711-1776),
a) a alma é como uma tábula
rasa (uma tábua onde não há inscrições), ou seja, o conhecimento só começa
depois da experiência sensível.
b) o que nos faz ultrapassar o
dado e afirmar mais do que pode ser alcançado pela experiência é o hábito criado através da
observação de casos semelhantes.
c) “saber é poder”, ou seja, o conhecimento não é
contemplativo e desinteressado, mas sim um saber instrumental, direcionado para
a utilidade da ciência para a vida.
d) as ideias claras e
distintas são ideias inatas, não derivam do particular, mas já se
encontram no espírito. Por isso, não estão sujeitas ao erro, pois vêm da razão,
isto é, são independentes das ideias que vêm “de fora”, formadas pela ação dos
sentidos.
e) o positivismo corresponde
à maturidade do espírito humano. O reino da ciência é o reino da necessidade.
No mundo da necessidade, não há lugar para a liberdade.
11. (Ufu
2008) Leia atentamente o texto a
seguir sobre a teoria do hábito em David Hume.
E é certo que estamos
aventando aqui uma proposição que, se não é verdadeira, é pelo menos muito
inteligível, ao afirmarmos que, após a conjunção constante de dois objetos –
calor e chama, por exemplo, ou peso e solidez –, é exclusivamente o hábito que
nos faz esperar um deles a partir do aparecimento do outro.
HUME, D. Investigações
sobre o entendimento humano e sobre os princípios da moral.
São Paulo:
Editora UNESP, 2004. p. 75.
Com base na Teoria de Hume e no texto acima, marque
a alternativa INCORRETA, ou seja, aquela que de modo algum pode ser uma
interpretação adequada desse texto.
a) A conjunção constante entre
dois objetos explica a força do hábito e, consequentemente, o procedimento da
inferência.
b) A hipótese do hábito é
consequente com a teoria de Hume, de que todo o nosso conhecimento é construído
por experiência e observação.
c) Se a causalidade fosse
construída a priori e de modo necessário, não seria preciso recorrer à
experiência e à repetição para que de uma causa fosse extraído o respectivo
efeito.
d) O hábito jamais pode ser a
base da inferência. Em virtude disso, os conceitos de causa e efeito jamais podem se aplicar a
qualquer objeto da experiência.
12.
(Uem 2008) “O hábito é, pois, o grande
guia da vida humana. É aquele princípio único que faz com que nossa experiência
nos seja útil e nos leve a esperar, no futuro, uma sequência de acontecimentos
semelhante às que se verificaram no passado. Sem a ação do hábito, ignoraríamos
completamente toda questão de fato além do que está imediatamente presente à
memória ou aos sentidos. Jamais saberíamos como adequar os meios aos fins ou
como utilizar os nossos poderes naturais na produção de um efeito qualquer.
Seria o fim imediato de toda a ação, assim como da maior parte da especulação.”
(HUME, David. Investigação
sobre o entendimento humano. São Paulo: Abril Cultural, 1973, pp.
145-146. Os Pensadores).
Com base nesse texto e no seu conhecimento
sobre a Filosofia de Hume, assinale o que for correto.
01) Segundo Hume, entre um
fenômeno e outro não há conexão causal necessária que possa ser verificada na experiência;
é o hábito que explica a noção da relação causa e efeito: por termos visto, várias
vezes juntos, dois objetos ou fatos – por exemplo, calor e chama, peso e
solidez –, somos levados, pelo costume, a prever um quando o outro se
apresenta.
02) Como representante do
racionalismo, Hume afirmou que o princípio de causalidade, lei inexorável que
regula todos os acontecimentos da natureza, é inferido da experiência por um
processo de raciocínio.
04) Para Hume, o hábito é um
falso guia; se não nos fiarmos na razão, fonte do conhecimento verdadeiro, e
nos deixarmos conduzir pelo costume, erraremos inevitavelmente em nossas ações
e investigações.
08) É o hábito que nos permite
ultrapassar os dados empíricos, os quais possuímos seja na forma de impressão seja na forma de
ideias, e afirmar mais do que aquilo o qual pode ser alcançado na experiência
imediata.
16) A ideia de causa é apenas
uma ideia geral constituída pela associação de ideias e baseada na crença formada pelo hábito.
13.
(Unicamp 2014) A dúvida é uma atitude que
contribui para o surgimento do pensamento filosófico moderno. Neste
comportamento, a verdade é atingida através da supressão provisória de todo
conhecimento, que passa a ser considerado como mera opinião. A dúvida metódica
aguça o espírito crítico próprio da Filosofia.
(Adaptado de
Gerd A. Bornheim, Introdução ao filosofar. Porto Alegre: Editora Globo,
1970, p. 11.)
A partir do texto, é correto afirmar que:
a) A
Filosofia estabelece que opinião, conhecimento e verdade são conceitos
equivalentes.
b) A dúvida é necessária para
o pensamento filosófico, por ser espontânea e dispensar o rigor metodológico.
c) O espírito crítico é uma
característica da Filosofia e surge quando opiniões e verdades são
coincidentes.
d) A dúvida, o questionamento
rigoroso e o espírito crítico são fundamentos do pensamento filosófico moderno.
14.
(Ufsj 2013) Leia
atentamente os fragmentos abaixo.
I. “Também tem sido frequentemente ensinado que a
fé e a santidade não podem ser atingidas pelo estudo e pela razão, mas sim por
inspiração sobrenatural, ou infusão, o que, uma vez aceita, não vejo por que
razão alguém deveria justificar a sua fé...”.
II. “O homem não é a consequência duma
intenção própria duma vontade, dum fim; com ele não se fazem ensaios para
obter-se um ideal de humanidade; um ideal de felicidade ou um ideal de
moralidade; é absurdo desviar seu ser para um fim qualquer”.
III. “(...) podemos estabelecer como máxima
indubitável que nenhuma ação pode ser virtuosa ou moralmente boa, a menos que
haja na natureza humana algum motivo que a produza, distinto do senso de sua
moralidade”.
IV. “A má-fé é evidentemente uma mentira, porque
dissimula a total liberdade do compromisso. No mesmo plano, direi que há também
má-fé, escolho declarar que certos valores existem antes de mim (...).”
Os quatro fragmentos de texto acima são,
respectivamente, atribuídos aos seguintes pensadores
a) Nietzsche, Sartre, Hobbes,
Hume.
b) Hobbes, Nietzsche, Hume,
Sartre.
c) Hume, Nietzsche, Sartre,
Hobbes.
d) Sartre, Hume, Hobbes,
Nietzsche.
15.
(Uem 2013) O filósofo alemão Hegel
(1770-1831) afirma que “É tarefa da filosofia conceber o que é, pois,
aquilo que é é a razão. No que concerne ao indivíduo, cada um é, de todo
modo, um filho de seu tempo; do mesmo modo que a filosofia é seu tempo
apreendido em pensamentos” (HEGEL, G. W. F. Excertos e parágrafos
traduzidos. In: Antologia de Textos Filosóficos. MARÇAL, J. (org.).
Curitiba: SEED-PR, 2009, p. 314). A partir do trecho citado, assinale a(s)
alternativa(s) correta(s).
01) A razão de algo é o conceito
desse algo concebido filosoficamente pelo seu tempo.
02) Aquilo que é, a
essência de algo, é para o filósofo um conceito racional.
04) O indivíduo, que é filho de
seu tempo, do ponto de vista filosófico, pensa os seus problemas a partir de seu momento histórico.
08) Os conceitos filosóficos,
por serem determinados historicamente, estão restritos ao seu tempo e à sua
época, não sendo, pois, universais.
16) A reflexão filosófica está
intimamente ligada ao seu momento histórico, visto que leva esse mundo ao plano do conceito.
16.
(Uncisal 2011) No período moderno, emergiu
uma escola filosófica que pôs em questão as concepções inatistas e metafísicas
de conhecimento. Para os filósofos partidários dessa escola, o conhecimento é
sempre decorrente da experiência, jamais podendo existir ideias inatas. O nome
dessa corrente filosófica, bem como o nome de um de seus filósofos
representativos são, respectivamente:
a) inatismo; Descartes.
b) idealismo; Kant.
c) escolástica; Santo
Agostinho.
d) empirismo; Locke.
e) metafísica; Platão.
17.
(Uem 2010) Hegel criticou o inatismo,
o empirismo e o kantismo. Endereçou a todos a mesma crítica, a de não terem
compreendido o que há de mais fundamental e essencial à razão: o fato de ela
ser histórica. Com base nessa afirmação, assinale o que for correto.
01) Ao afirmar que a razão é
histórica, Hegel considera a razão como sendo relativa, isto é, não possui um
caráter universal e não pode alcançar a verdade.
02) Não há para Hegel nenhuma
relação entre a razão e a realidade. Submetida às circunstâncias dos eventos
históricos, a razão está condenada ao ceticismo, isto é, “ao duvidar sempre”.
04) A identificação entre razão
e história conduz Hegel a desenvolver uma concepção materialista da história e
da realidade, negando entre ambas a possibilidade de uma relação dialética.
08) No sistema hegeliano, a
racionalidade não é mais um modelo a ser aplicado, mas é o próprio tecido do real e do pensamento. O
mundo é a manifestação da ideia, o real é racional, e o racional é o real.
16)
Karl Marx, ao afirmar, na Ideologia alemã,
que não é a história que anda com as pernas das ideias, mas as ideias é que andam com as pernas da
história, critica, ao mesmo tempo, o idealismo e a concepção da história de
Hegel e dos neo-hegelianos.
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