1. (Ufpa 2013) “Pode-se referir à consciência, à
religião e tudo o que se quiser como distinção entre os homens e os animais;
porém, esta distinção só começa quando os homens iniciam a produção dos seus
meios de vida [...].
A forma como os indivíduos manifestam a sua vida reflete muito
exatamente o que são. O que são coincide portanto com a sua produção, isto é,
com aquilo que produzem como com a forma como produzem.”
Marx, K. Ideologia Alemã,
Lisboa: Editora Presença, 1980, p. 19.
Considerando que, segundo Marx, a maneira de ser do homem depende de
alguns fatores, identifique, no conjunto de fatores listados abaixo, os que, na
visão do citado filósofo, distinguem o ser humano:
I. os respectivos modos de produção.
II. a própria produção de sua vida material.
III. a forma de utilidade dos objetos produzidos em sociedade.
IV. o estado de desenvolvimento de sua consciência depende de sua
história de vida.
V. a produção dos meios de subsistência tendo em vista o bem comum da
sociedade.
Os fatores estão corretamente identificados
em:
a) I e II
b) II e IV
c) III e IV
d) II e V
e) I, III e V
2.
(Uem 2013) “Primeiramente, o trabalho
alienado se apresenta como algo externo ao trabalhador, algo que não faz parte
de sua personalidade. Assim, o trabalhador não se realiza em seu trabalho, mas
nega-se a si mesmo. Permanece no local de trabalho com uma sensação de
sofrimento em vez de bem-estar, com um sentimento de bloqueio de suas energias
físicas e mentais que provoca cansaço físico e depressão. Nessa situação, o
trabalhador só se sente feliz em seus dias de folga, enquanto no trabalho
permanece aborrecido. Seu trabalho não é voluntário, mas imposto e
forçado.”
(MARX, K.
Manuscritos econômico-filosóficos. Primeiro manuscrito, XXIII. In: COTRIM, G. Fundamentos
da Filosofia. São Paulo: Saraiva, 2006,p. 25-36).
A partir do texto, assinale o que for correto.
01) A alienação do trabalho é
fruto do cansaço físico e mental do trabalhador.
02) A forma de trabalho típica
do sistema de produção capitalista não realiza o trabalhador.
04) Segundo o filósofo, não
existe a possibilidade de um trabalho que satisfaça o homem.
08) Não há bem-estar no
trabalho quando ele é imposto e forçado.
16) Um trabalho feito
voluntariamente e que não negue o trabalhador não é um trabalho alienado.
3.
(Uem 2013) O filósofo alemão Karl Marx
(1818-1883) afirma que “A totalidade das relações de produção forma a estrutura
econômica da sociedade, a base real sobre a qual se levanta uma superestrutura
jurídica e política, e à qual correspondem formas sociais determinadas de
consciência. O modo de produção da vida material condiciona o processo da vida
social, política e espiritual em geral. Não é a consciência dos homens que
determina o seu ser, mas, ao contrário, é o seu ser social que determina sua
consciência” (MARX, K. Prefácio. In: Para a crítica da Economia Política.
SP: Abril Cultural, 1982, p. 23, apud FIGUEIREDO, V. Filósofos na
sala de aula. volume 2. SP: Berlendis & Vertecchia Editores, 2008, p.
121-122). A partir do trecho citado, assinale a(s) alternativa(s) correta(s).
01) A economia determina o que
acontece nas outras partes da vida social — tudo tem que ser explicado pela economia.
02) Essa teoria marxiana é
reducionista, pois tudo se reduz a um princípio explicativo único, o fundamento material.
04) Antes de serem elementos
contraditórios, a superestrutura jurídico-política se articula com a estrutura econômica da sociedade.
08) A consciência humana não
tem o mesmo poder que as relações de produção sobre a determinação do ser social dos homens.
16) Para
a teoria marxiana, somente pode existir entre os homens relações de produção
econômica, que são determinadas materialmente.
4.
(Uem 2012) “Marx e Hegel têm em comum
a crítica à exacerbação do individualismo egoísta moderno, bem como das suas
consequências, porém discordam quanto às possibilidades de solução da questão.
Um dos elementos fundamentais desse debate é a questão da soberania política”
(MARÇAL, Jairo
(org.). Antologia de textos filosóficos.
Curitiba: SEED – PR, 2009, p.466.).
Sobre as relações entre indivíduo e Estado,
assinale o que for correto.
01) Karl Marx considera que a
emancipação humana realizar-se-á na sociedade comunista, pois, nessa sociedade, o indivíduo não será
mais submetido a um Estado e à divisão social do trabalho, podendo, dessa
forma, passar do reino da necessidade ao reino da liberdade.
02) Para Karl Marx, a liberdade
do indivíduo, como concebida pelo Estado burguês, não passa de um formalismo jurídico; é uma
ficção da lei, pois o indivíduo só pode ser livre quando a esfera da produção
estiver sujeita ao controle daqueles que produzem.
04) Para G. W. Friedrich Hegel,
o Estado deveria ser substituído pela sociedade civil, pois essa pode
representar os interesses coletivos e é capaz de garantir os interesses de cada
indivíduo.
08) G. W. Friedrich Hegel
critica as teorias políticas contratualistas, segundo as quais os indivíduos
isolados abandonam
o estado de natureza para se reunirem em sociedade, por meio de um pacto, a fim
de formar artificialmente o Estado e garantir a liberdade individual e a
propriedade privada.
16) A filosofia política de
Karl Marx fundamenta-se numa nova antropologia, segundo a qual a natureza humana varia historicamente,
pois o indivíduo se produz à medida que transforma a natureza pelo trabalho
dentro de certas relações sociais de produção.
5.
(Unicentro 2012) “Na produção social de sua
existência, os homens estabelecem relações determinadas, necessárias, independentes
da sua vontade, relações de produção que correspondem a um determinado grau de
desenvolvimento das forças produtivas materiais.”
IN: Karl Marx, Contribuição
à crítica da economia política. São Paulo: Martins Fontes,
1977, p. 23. APUD: ARANHA, Maria Lúcia de Arruda; MARTINS, Maria Helena Pires. Filosofando
– introdução à Filosofia. São Paulo: Moderna, 4. ed., 2009.
A partir da análise desse fragmento de
texto, é correto afirmar:
a) A existência para Marx se
reduz à transcendência.
b) O pensamento marxista pode
ser denominado de materialista mecanicista.
c) As relações de produção
para Marx determinam a produção social da existência.
d) As forças produtivas
materiais não têm importância para o pensamento marxista.
e) O conceito de relações de
produção, em Marx, está restrito às classes dominantes.
6.
(Uncisal 2012) Observe o trecho da música
“Admirável Gado Novo”, de Zé Ramalho, e perceba que sua análise pode nos levar
a discutir o conceito de alienação.
O povo foge da ignorância
Apesar de viver tão perto dela
E sonha com melhores tempos idos
Contemplam essa vida numa cela...
Espera nova possibilidade
De ver este mundo se acabar
A Arca de Noé, o dirigível
Não voam nem se pode flutuar
Seguindo o pensamento de Karl Marx, veremos
que a alienação se dá em uma situação determinada que gera toda uma gama de
desdobramentos e consequências. Tal situação ocorre na esfera
a) religiosa, por meio das
concepções escatológicas.
b) cientifica, com a ampliação
do conhecimento.
c) política, por meio da
organização partidária.
d) cultural, com o avanço da
cultura de massa.
e) produtiva, a partir das
relações de produção.
7.
(Ueg 2011) Um dos elementos mais
conhecidos da filosofia de Hegel é a dialética, baseada no pressuposto de que
uma ideia (tese) produz uma ideia oposta (antítese), resultando,
consequentemente, numa conciliação (síntese) entre as duas ideias opostas.
Nesse sentido, ao utilizar esse princípio hegeliano para interpretar os
sistemas políticos contemporâneos, percebe-se que a síntese entre os princípios
do liberalismo e os do marxismo foi efetivada no
a) Estado de bem-estar social.
b) anarquismo de Bakunin.
c) nazismo alemão.
d) fascismo italiano.
8.
(Uem 2009) Opondo-se ao idealismo de
Hegel, para quem a história narra o movimento temporal do Espírito, Marx e
Engels afirmam que a história constitui-se nas lutas reais dos seres humanos
reais, que produzem e reproduzem suas condições materiais de existência, isto
é, produzem e reproduzem as relações sociais dentro de antagonismos de classe.
Assinale o que for correto.
01) Para Hegel, o movimento do
Espírito é um movimento dialético constituído de uma tese, de uma antítese e de uma síntese,
é nesse movimento dialético que o Espírito se manifesta na realidade.
02) O materialismo histórico é
dialético, pois afirma que o processo histórico é movido por contradições sociais, sendo a principal
a contradição entre o desenvolvimento das forças produtivas e a forma de
propriedade dos meios de produção.
04) Marx afirma que os homens
fazem sua própria história, mas não a fazem em condições escolhidas por eles, pois são
historicamente determinados pelas condições em que produzem sua vida.
08) A filosofia política
hegeliana preconiza o fim do Estado, pois acredita que, com a extinção do
Estado, a violência será eliminada da história e o Espírito encontrará, no
quietismo, a paz.
16) Para Marx, o poder político
é a maneira legal e jurídica pela qual a classe economicamente dominante de uma sociedade
mantém seu domínio sobre as outras classes sociais.
9.
(Uem 2012) “A ideologia afirma que
somos todos cidadãos e, portanto, temos todos os mesmos direitos sociais,
econômicos, políticos e culturais. No entanto, sabemos que isso não acontece de
fato: as crianças de rua não têm direitos; os idosos não têm direitos; os
direitos culturais das crianças nas escolas públicas são inferiores aos das
crianças que estão em escolas particulares, pois o ensino não é de mesma
qualidade em ambas; os negros e índios são discriminados como inferiores;
homossexuais são perseguidos como pervertidos, etc.”
(CHAUI,
Marilena. Convite à filosofia. São
Paulo: Editora Ática, 2011. p.218.).
Sobre as formas da ideologia, assinale o que
for correto.
01) Direitos das minorias, como
movimento dos sem-terra, associações de moradores etc., são direitos
individuais e, por isso, não devem ser contemplados pelas políticas públicas.
02) A função principal da
ideologia é ocultar e dissimular as divisões sociais e políticas, dando-lhes a aparência de diferenças
naturais entre os seres humanos.
04) A diferença entre ideologia
e senso comum é que a primeira representa uma prática das elites sociais,
intelectuais e econômicas, e o segundo representa as classes mais pobres e
desfavorecidas.
08) Pelo seu estatuto de
neutralidade e acuidade científica, a filosofia não é ideológica, apenas
analítica, sem tomar partido de classes sociais e de classes políticas.
16) Podem-se associar religião,
alienação e ideologia, já que são práticas que podem funcionar como modelos de ação acríticos.
10.
(Uema 2011) A palavra ideologia, criada
por Destutt de Tracy (1754-1836), significa estudo da gênese e do
desenvolvimento das ideias. Com Karl Marx, o termo ideologia adquiriu um
significado crítico e negativo. Identifique, nas opções abaixo, a única que
contém informação correta sobre a concepção de Marx sobre ideologia.
a) Conjunto de ideias que
apresenta a sociedade dividida em duas classes, dominantes e dominados, visando
à conscientização dos indivíduos.
b) Conjunto de ideias que
mostra a totalidade da realidade, levando os indivíduos a compreenderem-na em
si mesma.
c) Conjunto de ideias que
dissimula e oculta a realidade, mostrando-a de maneira parcial e distorcida em relação ao que de fato
é.
d) Conjunto de ideias que
esclarece de forma contundente a realidade, mostrando que apenas pessoas da
classe dominante podem governar.
e) Conjunto de ideias que
estimula a classe dominada a alcançar o poder.
(Revista Época,
15.01.2010. Adaptado.)
Assinale a alternativa correta.
a) As declarações do cônsul do
Haiti transmitem uma visão positiva sobre valores e práticas culturais de
origem africana.
b) A crítica de Antoine às
religiões africanas expressa uma visão de mundo marcada pela tolerância
religiosa.
c) O ponto de vista do cônsul
pode ser caracterizado como uma visão de mundo racionalista.
d) Para o cônsul, a explicação
dos motivos que provocaram o terremoto no Haiti relaciona-se exclusivamente com
causas físicas, excluindo possíveis intervenções de entidades religiosas.
e) As declarações do cônsul
haitiano revelam uma concepção mística sobre a realidade.
12.
(Ufu 2009) Em Marx, o conceito de
ideologia designa uma forma de consciência invertida, que distorce e encobre as
formas de dominação existentes nas relações sociais.
Tomando isso em consideração, marque a
alternativa que apresenta corretamente a relação entre os conceitos de
estrutura e superestrutura no pensamento de Marx.
a) Marx afirma que a
superestrutura projeta falsamente as relações sociais de produção como justas, e que uma sociedade
igualitária somente poderá surgir com a revolução da estrutura econômica da
sociedade.
b) Marx afirma que a
superestrutura jurídica é o fundamento da divisão social do trabalho, e que
toda revolução deve principiar com a alteração da legislação que regulamenta a
atividade econômica.
c) Marx afirma que os homens
retêm em sua consciência uma imagem transparente das relações sociais de
produção, e que somente a alteração da consciência de cada indivíduo pode
conduzir à revolução dessas relações sociais de produção.
d) Marx afirma que a
democracia burguesa e os partidos políticos são o motor da história. Logo, toda
revolução social principia no domínio político, que é a esfera em que podem se
manifestar legitimamente os conflitos de interesses.
13.
(Ufu 1998) Para Locke, os homens em
estado de natureza são, cada um, juiz em causa própria; assim é necessário
constituir a sociedade civil mediante contrato social para organizar a vida em
sociedade. Isto se daria através do pacto, tornando legítimo o poder do Estado.
Para ele, o poder
a) encontra-se na soberania do
poder executivo.
b) é confiado aos governantes
e não pode ser contestado em hipótese alguma.
c) é confiado aos governantes,
podendo haver insurreição, caso eles não visem o bem público.
d) é absoluto e não há
possibilidade de instituir-se um novo pacto.
e) é instituído pela vontade
geral.
14.
(Ufu 1998) Para Rousseau, o contrato
não faz o povo perder a soberania, pois não é criado um Estado separado do
próprio povo. Isto é possível, porque
a) o contrato surge de uma
visão individualista do homem;o indivíduo preexiste ao Estado e o pacto visa
garantir os interesses e a propriedade dos indivíduos.
b) não existe democracia mas
um governo absoluto que não pode ser contestado.
c) são os interesses privados
que expressam a vontade geral e que, através do contrato, criam o Estado.
d) "a essência humana é
ser livre da dependência das vontades alheias, e a liberdade existe como
exercício de posse".
e) soberano é o corpo coletivo
que expressa, através da lei, a vontade geral.
15.
(Unicentro 2010) Qual
dos argumentos abaixo não caracteriza a crítica feita pela Escola de Frankfurt
à razão ocidental?
a) A Escola de Frankfurt
confronta-se com a questão da autodestruição da razão, examinando o acasalar de
razão e barbárie na história, comprometendo-se, assim, a pensar como é que a
razão humana pôde entrar em um conflito tão radical consigo própria.
b) Para os filósofos da Escola
de Frankfurt, principalmente para Adorno e Horkheimer, há uma implicação
paradoxal da razão ocidental e do mito: o próprio mito já é razão e a razão
volta a ser mitologia da modernidade burguesa, isto é, se o mito se baseia na
imitação dos fenômenos naturais, a ciência moderna substitui a mimese pelo
princípio de identidade.
c) Segundo os filósofos da Escola de Frankfurt, a
racionalidade moderna deve contrapor ao irracionalismo inerente a sua própria constituição, uma visão
instrumental da razão, na tentativa de adequar meios e fins. Para esses
filósofos, a razão deve observar e normatizar, calcular, classificar e dominar
a natureza, controlando as incoerências, injustiças e os acasos da vida.
d) A racionalidade ocidental
configura-se, na crítica feita pela Escola de Frankfurt, como razão de
dominação e controle da natureza exterior e interior. Ao separar sujeito e
objeto, corpo e alma, natureza e cultura, destitui o indivíduo de seu aspecto
empírico e singular, transformando-o em um autômato.
e) Para a Escola de Frankfurt,
a racionalidade moderna adota a mesma atitude com relação aos objetos que o
ditador em relação aos homens: conhece-os para melhor os dominar. A crítica
desses filósofos se dirigiu a um tipo de saber que quer ser sinônimo de poder,
e que tem a técnica como sua essência.
16.
(Uel 2005) “A diversão é o
prolongamento do trabalho sob o capitalismo tardio. Ela é procurada por quem
quer escapar ao processo de trabalho mecanizado, para se pôr de novo em
condições de enfrentá-lo. Mas, ao mesmo tempo, a mecanização atingiu um tal
poderio sobre a pessoa em seu lazer e sobre a sua felicidade, ela determina tão
profundamente a fabricação das mercadorias destinadas à diversão, que esta
pessoa não pode mais perceber outra coisa senão as cópias que reproduzem o
próprio processo de trabalho”.
(ADORNO, Theodor;
HORKHEIMER, Max. Dialética do esclarecimento. Trad. de Guido Antônio de
Almeida. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1997. p.128.)
Com base no texto
e nos conhecimentos sobre trabalho e lazer no capitalismo tardio, em Adorno e
Horkheimer, é correto afirmar:
a) Há um círculo vicioso que
envolve o processo de trabalho e os momentos de lazer. Com o objetivo de fugir do trabalho
mecanizado e repor as forças, o indivíduo busca refúgio no lazer, porém o lazer
se estrutura com base na mesma lógica mecanizada do trabalho.
b) Apesar de se apresentarem
como duas dimensões de um mesmo processo, lazer e trabalho se diferenciam no
capitalismo tardio, na medida em que o primeiro é o espaço do desenvolvimento
das potencialidades individuais, a exemplo da reflexão.
c) Mesmo sendo produzidas de
acordo com um esquema mercadológico que fabrica cópias em ritmo industrial, as
mercadorias acessadas nos momentos de lazer proporcionam ao indivíduo plena
diversão e cultura.
d) Tanto o trabalho quanto o
lazer preservam a autonomia do indivíduo, mesmo nos processos de mecanização
que caracterizam a fabricação de mercadorias no capitalismo tardio.
e) As atividades de lazer no
capitalismo tardio, como o cinema e a televisão, são caminhos para a
politização e aquisição de cultura pelas massas, aproximando-as das verdadeiras
obras de arte.
17.
(Unioeste 2013) Em filosofia política, o
contratualismo visa à construção de uma “teoria racional sobre a origem e o
fundamento do Estado e da sociedade política”. O modelo contratualista é “...
construído com base na grande dicotomia ‘estado (ou sociedade) de natureza /
estado (ou sociedade) civil’” (cf. BOBBIO), sendo que a passagem do estado de
natureza para o estado civil ocorre mediante o contrato social.
Considerando o texto acima e as diferentes
teorias contratualistas, é INCORRETO afirmar que
a) o ponto de partida, no
pensamento contratualista, para a análise da origem e fundamento do Estado, é o estado político
historicamente existente, cujo princípio de legitimação de sua efetividade
histórica é o consenso.
b) os elementos constitutivos
do estado de natureza são indivíduos singulares, livres e iguais uns em relação
aos outros, sendo o estado de natureza um estado no qual reinam a igualdade e a
liberdade.
c) para o contratualismo, a
sociedade política, em contraposição a qualquer forma de sociedade natural,
encontra seu princípio de fundamentação e legitimação no consenso dos
indivíduos participantes do contrato social.
d) diferentemente de Locke,
que concebe o estado de natureza como um “estado de relativa paz, concórdia e
harmonia”, para Hobbes, o estado de natureza é um estado de guerra
generalizada, de todos contra todos, de insegurança e violência.
e) a passagem do estado de
natureza para o estado civil ocorre mediante uma ou mais convenções, ou seja,
mediante “um ou mais atos voluntários e deliberados dos indivíduos interessados
em sair do estado de natureza”, e ingressar no estado civil.
De acordo com algumas teorias políticas, a formação
do Estado é explicada pela renúncia que os indivíduos fazem de sua liberdade
natural quando, em troca da garantia de direitos individuais, transferem a um
terceiro o monopólio do exercício da força. O conjunto dessas teorias é
denominado de
a) liberalismo.
b) despotismo.
c) socialismo.
d) anarquismo.
e) contratualismo.
19.
(Ufpa 2012) O pensamento liberal
concebe, de acordo com o direito supostamente natural, o direito à propriedade,
fruto do trabalho, como um bem indispensável à conservação da vida, cabendo ao
Estado apenas a garantia, por meio de lei, de sua posse. Já o pensamento
marxista concebe o Estado como a expressão política dos interesses econômicos
da classe dominante.
A respeito da distinção entre as concepções marxista
e liberal, julgue as afirmativas:
I. Há relação entre política e
economia, de acordo com o pensamento liberal.
II. A relação entre política e
economia supostamente não existe, de acordo com o pensamento liberal.
III. Existe uma relação
intrínseca entre política e economia, de acordo com o pensamento marxista.
IV. Reconhece-se uma relativa
autonomia da economia em relação à política, no pensamento marxista.
As afirmativas corretas são
a) I e II.
b) II e III.
c) II e IV.
d) I e IV.
e) III e IV.
20.
(Uem 2011) Com a secularização do
pensamento político, filósofos do século XVIII procuram justificar
racionalmente o poder do Estado sem a utilização de argumentos religiosos.
Recorrem, para isso, à ideia de contrato social como passagem do estado de
natureza à sociedade civil.
Sobre o contratualismo clássico, assinale o
que for correto.
01) Jean-Jacques Rousseau e
Thomas Hobbes estão de acordo quanto à forma de vida do homem pré-social ou
natural, pois o recurso ao estado de natureza é unânime e invariável entre os
contratualistas clássicos.
02) Thomas Hobbes ilustra sua
teoria política com um monstro bíblico retirado do livro de Jó, o Leviatã, que é um ser artificial e
idealizado pelos homens para representar o Estado.
04) A partir do conceito de
vontade geral, Jean-Jacques Rousseau fundamenta sua teoria, para a qual o bem do Estado atinge
todos os indivíduos.
08) O contratualismo clássico
confunde, ao recorrer à hipótese do estado de natureza, “origem” (termo lógico)
e “início” (termo histórico). Devido a isso, é uma teoria política controversa,
na contemporaneidade.
16) À ideia de pacto social ou
contrato, está associado o “problema dos universais”, que vem da Idade Média.
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