TEXTO PARA A
PRÓXIMA QUESTÃO:
“O homem nasce livre, e por toda a parte
encontra-se a ferros. O que se crê senhor dos demais não deixa de ser mais
escravo do que eles. (...) A ordem social, porém, é um direito sagrado que serve
de base a todos os outros. (...) Haverá sempre uma grande diferença entre
subjugar uma multidão e reger uma sociedade. Sejam homens isolados, quantos
possam ser submetidos sucessivamente a um só, e não verei nisso senão um senhor
e escravos, de modo algum considerando-os um povo e seu chefe. Trata-se, caso
se queira, de uma agregação, mas não de uma associação; nela não existe bem
público, nem corpo político.”
(Jean-Jacques
Rousseau, Do Contrato Social. [1762]. São Paulo: Ed. Abril, 1973, p.
28,36.)
1.
(Unicamp 2012) No trecho apresentado, o
autor
Xa)
argumenta
que um corpo político existe quando os homens encontram-se associados em estado
de igualdade política.
b) reconhece os direitos
sagrados como base para os direitos políticos e sociais.
c) defende a necessidade de os
homens se unirem em agregações, em busca de seus direitos políticos.
d) denuncia a prática da
escravidão nas Américas, que obrigava multidões de homens a se submeterem a um
único senhor.
2.
(Uem-pas 2012) As questões religiosas influenciaram diversos
aspectos da sociedade europeia medieval. No universo político, por exemplo,
perante um poder diluído em virtude da organização feudal da sociedade, a
Igreja Católica representava uma instituição com poder unificador. Nos âmbitos
cultural e artístico, a construção e a
decoração de igrejas, as músicas e os ritos
litúrgicos e a exegese dos textos sagrados contribuíram para o florescimento de
uma arte sacra. Até mesmo no campo da Filosofia, as discussões eram pautadas
por questões religiosas, pois a principal preocupação dos filósofos medievais
era conciliar fé e razão. A respeito desses aspectos da sociedade medieval,
assinale a(s) alternativa(s) correta(s).
X01) A Patrística foi
a filosofia e a teologia desenvolvidas pelos padres da Igreja para encontrar
justificativas racionais para as verdades reveladas.
02) A Escolástica dedicou-se,
preponderantemente, a produzir teses e discussões inaugurais sobre filosofia,
uma vez que, sob a supervisão da Igreja, os filósofos não tinham acesso a
textos de autores clássicos.
04) O Barroco, estilo artístico
que reflete o sentimento humano de conflito entre si e a divindade, apareceu no
período medieval.
X08) A seita dos
Cátaros e a dos Albigenses foram consideradas heréticas porque defendiam
doutrinas dualistas que conflitavam com a doutrina católica da ressurreição e o modo de vida
levado pelos membros eclesiásticos.
X16) Em A Divina
Comédia, o poeta florentino Dante Alighieri resumiu a visão filosófica e o
espírito religioso da sociedade medieval. Nessa obra, Alighieri descreve uma viagem imaginária
e cheia de simbolismo, por meio do inferno, do purgatório e do paraíso.
3.
(Uem 2011) A palavra religião vem
do latim religio, formada pelo prefixo re (“outra vez, de novo”)
e o verbo ligare (“ligar, unir, vincular”). A religião é um vínculo
entre o mundo profano e o mundo sagrado. A tentativa para transformar a
religião em saber racional chama-se Teologia.
Sobre as relações entre Filosofia e
Teologia, assinale o que for correto.
01) Santo Agostinho, na obra As
confissões, não admite que a religião possa ser transformada em Teologia,
pois a racionalização da religião significaria a destruição da fé.
X02) Para Aristóteles,
a metafísica é, ao mesmo tempo, a ciência do ser como tal e a ciência da
substância eterna, imóvel e separada, ou seja, Deus, por isso, chamou também a metafísica de
Teologia.
X04) O teólogo
medieval Guilherme de Ockham desenvolveu uma ética da liberdade que se opõe a
uma Teologia, cujo objetivo é legitimar a teocracia.
08) O teólogo protestante
Martin Lutero rompe com a Santa Sé, porque considerava que a Igreja católica
apostólica romana não respeitava o princípio teológico do livre-arbítrio.
16) A religião e a Teologia
cristã nunca foram fundamentalistas, pois esta é uma característica da religião
islâmica, que é ímpia.
4.
(Unioeste 2013) “Através dos princípios de
um direito natural preexistente ao Estado, de um Estado baseado no consenso, de
subordinação do poder executivo ao poder legislativo, de um poder limitado, de
direito de resistência, Locke expôs as diretrizes fundamentais do Estado
liberal.”
Bobbio.
Considerando o texto citado e o pensamento
político de Locke, seguem as afirmativas abaixo:
I. A passagem do estado de natureza para a
sociedade política ou civil, segundo Locke, é realizada mediante um contrato
social, através do qual os indivíduos singulares, livres e iguais dão seu
consentimento para ingressar no estado civil.
II. O livre consentimento dos indivíduos
para formar a sociedade, a proteção dos direitos naturais pelo governo, a
subordinação dos poderes, a limitação do poder e o direito à resistência são
princípios fundamentais do liberalismo político de Locke.
III. A violação deliberada e sistemática dos
direitos naturais e o uso contínuo da força sem amparo legal, segundo Locke,
não são suficientes para conferir legitimidade ao direito de resistência, pois
o exercício de tal direito causaria a dissolução do estado civil e, em
consequência, o retorno ao estado de natureza.
IV. Os indivíduos consentem livremente, segundo
Locke, em constituir a sociedade política com a finalidade de preservar e
proteger, com o amparo da lei, do arbítrio e da força comum de um corpo
político unitário, os seus inalienáveis direitos naturais à vida, à liberdade e
à propriedade.
V. Da dissolução do poder legislativo, que é o
poder no qual “se unem os membros de uma comunidade para formar um corpo vivo e
coerente”, decorre, como consequência, a dissolução do estado de natureza.
Das afirmativas feitas acima
a) somente a afirmação I está
correta.
b) as afirmações I e III estão
corretas.
c) as afirmações III e IV
estão corretas.
d) as afirmação II e III estão
corretas.
Xe)
as
afirmações III e V estão incorretas.
5.
(Unioeste 2013) “Com isto se torna
manifesto que, durante o tempo em que os homens vivem sem um poder comum capaz
de os manter a todos em respeito, eles se encontram naquela condição que se
chama guerra; e uma guerra que é de todos os homens contra todos os homens.
[...] E os pactos sem a espada não passam de palavras, sem força para dar
segurança a ninguém. Portanto, apesar das leis da natureza (que cada um
respeita quando tem vontade de respeitá-las e quando pode fazê-lo com
segurança), se não for instituído um poder suficientemente grande para nossa
segurança, cada um confiará, e poderá legitimamente confiar apenas em sua
própria força e capacidade, como proteção contra todos”.
Hobbes.
Considerando o texto citado e o pensamento
político de Hobbes, seguem as afirmativas abaixo:
I. A situação dos homens, sem um poder comum que os
mantenha em respeito, é de anarquia, geradora de insegurança, angústia e medo,
pois os interesses egoísticos são predominantes, e o homem é lobo para o homem.
II. As consequências desse estado de guerra
generalizada são as de que, no estado de natureza, não há lugar para a
indústria, para a agricultura nem navegação, e há prejuízo para a ciência e
para o conforto dos homens.
III. O medo da morte violenta e o desejo de paz com
segurança levam os indivíduos a estabelecerem entre si um pacto de submissão
para a instituição do estado civil, abdicando de seus direitos naturais em
favor do soberano, cujo poder é limitado e revogável por causa do direito à
resistência que tem vigência no estado civil assim instituído.
IV. Apesar das leis da natureza, por não haver um
poder comum que mantenha a todos em respeito, garantindo a paz e a segurança, o
estado de natureza é um estado de permanente temor e perigo da morte violenta,
e “a vida do homem é solitária, pobre, sórdida, embrutecida e curta”.
V. O poder soberano instituído mediante o pacto de
submissão é um poder limitado, restrito e revogável, pois no estado civil
permanecem em vigor os direitos naturais à vida, à liberdade e à propriedade,
bem como o direito à resistência ao poder soberano.
Das afirmativas feitas acima
a) somente a afirmação I está
correta.
b) as afirmações I e III estão
corretas.
c) as afirmações II e IV estão
incorretas.
Xd)
as
afirmação III e V estão incorretas.
e) as afirmações II, III e IV
estão corretas.
6.
(Unisc 2013) Um dos problemas principais
da Filosofia Política é o de determinar a natureza do Estado, entendido como
sociedade politicamente organizada. Essa questão começou a ser debatida na
Filosofia Antiga e foi retomada, depois, na Idade Moderna pela ocasião do
surgimento dos Estados Nacionais modernos, constituindo um tema central tanto
da tradição liberal quanto do pensamento marxista. Considere agora as seguintes
afirmações sobre esse assunto:
I. Para Aristóteles, como para
os sofistas, a natureza do Estado é artificial. Surge de um acordo implícito
por meio do qual alguns grupos humanos colocaram um fim em suas disputas.
II. Segundo Aristóteles, os
homens têm tendência a viver em sociedade porque não podem se bastar a si
mesmos.
III. Hobbes considerava que o
Estado surgiu por meio de um acordo implícito por meio do qual os indivíduos
abriram mão de seu direito de revidar os danos sofridos pela ação de outra
pessoa, fazendo justiça pelas suas mãos, e transferiram esse direito a um
terceiro impessoal: o Estado.
IV. Para Locke, os indivíduos
não têm direito à propriedade privada e o único proprietário deve ser o Estado.
V. Para Marx, os estados
nacionais, criados pela burguesia, representam os interesses de todas as
classes sociais.
Assinale a alternativa correta.
a) Somente a afirmativa II
está correta.
Xb)
Somente
as afirmativas II e III estão corretas.
c) Somente as afirmativas I e
IV estão corretas.
d) Somente a afirmativa IV
está correta.
e) Somente as afirmativas IV e
V estão corretas.
7.
(Uel 2011) Leia o texto a
seguir.
Locke
divide o poder do governo em três poderes, cada um dos quais origina um ramo de
governo: o poder legislativo (que é o fundamental), o executivo (no qual é
incluído o judiciário) e o federativo (que é o poder de declarar a guerra,
concertar a paz e estabelecer alianças com outras comunidades). Enquanto o
governo continuar sendo expressão da vontade livre dos membros da sociedade, a
rebelião não é permitida: é injusta a rebelião contra um governo legal. Mas a
rebelião é aceita por Locke em caso de dissolução da sociedade e quando o
governo deixa de cumprir sua função e se transforma em uma tirania.
(LOCKE,
John. In: MORA, J. F. Dicionário de
Filosofia. São Paulo: Loyola, 2001. V. III. p. 1770.)
Com base no texto e nos
conhecimentos sobre John Locke, é correto afirmar:
I. O direito de rebelião é um direito
natural e legítimo de todo cidadão sob a vigência da legalidade.
II. O Estado deve cuidar do bem-estar
material dos cidadãos sem tomar partido em questões de matéria religiosa.
III. O poder legislativo ocupa
papel preponderante.
IV. Na estrutura de poder, dentro de
certos limites, o Estado tem o poder de fazer as leis e obrigar que sejam
cumpridas.
Assinale a alternativa correta.
a) Somente as
afirmativas I e II são corretas.
b) Somente as afirmativas I e
III são corretas.
c) Somente as afirmativas III
e IV são corretas.
d) Somente as afirmativas I,
II e IV são corretas.
Xe)
Somente
as afirmativas II, III e IV são corretas.
a) l, III e lV
Xb)
l,
II e III
c) II, IV e V
d) I, II e V
9.
(Uel 2005) “Hobbes realiza o esforço
supremo de atribuir ao contrato uma soberania absoluta e indivisível [...].
Ensina que, por um único e mesmo ato, os homens naturais constituem-se em
sociedade política e submetem-se a um senhor, a um soberano. Não firmam
contrato com esse senhor, mas entre si. É entre si que renunciam,
em proveito desse senhor, a todo o direito e toda liberdade nocivos à paz”.
(CHEVALLIER,
Jean-Jacques. As grandes obras políticas de Maquiavel a nossos dias.
Trad. de Lydia Cristina. 7. ed. Rio de Janeiro: Agir, 1995. p. 73.)
Com base no texto
e nos conhecimentos sobre o contrato político em Hobbes, considere as
afirmativas a seguir.
I. A renúncia ao
direito sobre todas as coisas deve ser recíproca entre os indivíduos.
II. A renúncia aos
direitos, que caracteriza o contrato político, significa a renúncia de todos os
direitos em favor do soberano.
III. Os procedimentos
necessários à preservação da paz e da segurança competem aos súditos cidadãos.
IV. O contrato que funda
o poder político visa pôr fim ao estado de guerra que caracteriza o estado de
natureza.
Estão corretas
apenas as afirmativas:
a) I e II.
Xb)
I e
IV.
c) II e III.
d) I, III e IV.
e) II, III e IV.
10.
(Ufu 2003) Muito citado e pouco
conhecido, Nicolau Maquiavel é um dos maiores expoentes do Renascimento e sua
contribuição determinou novos horizontes para a filosofia política.
A respeito do conceito de virtú,
analise as assertivas abaixo.
I. A virtú é a qualidade dos
oportunistas, que agem guiados pelo instinto natural e irracional do egoísmo e
almejam, exclusivamente, sua vantagem pessoal.
II. O homem de virtú é antes
de tudo um sábio, é aquele que conhece as circunstâncias do momento oferecido
pela fortuna e age seguro do seu êxito.
III. Mais do que todos os homens, o príncipe tem de
ser um homem de virtú, capaz de conhecer as circunstâncias e
utilizá-las a seu favor.
IV. Partidário da teoria do direito divino,
Maquiavel vê o príncipe como um predestinado e a virtú como algo
que não depende dos fatores históricos.
Assinale a única alternativa que
contém as assertivas verdadeiras.
a) I, II, e III
Xb)
II e
III
c) II e IV
d) II, III e IV