Algumas
questões abaixo entram na composição da avaliação do 4º bimestre. Estude e boa
prova. Alternativas marcadas com X ou vermelhas, corresponde à questão correta.

1.
(Uem 2012) “Marx e Hegel têm em comum
a crítica à exacerbação do individualismo egoísta moderno, bem como das suas
consequências, porém discordam quanto às possibilidades de solução da questão. Um
dos elementos fundamentais desse debate é a questão da soberania política”
(MARÇAL, Jairo
(org.). Antologia de textos filosóficos.
Curitiba: SEED – PR, 2009, p.466.).
Sobre as relações entre indivíduo e Estado,
assinale o que for correto.
X01) Karl Marx
considera que a emancipação humana realizar-se-á na sociedade comunista, pois,
nessa sociedade, o indivíduo não será mais submetido a um Estado e à divisão social do
trabalho, podendo, dessa forma, passar do reino da necessidade ao reino da
liberdade.
X02) Para Karl Marx, a
liberdade do indivíduo, como concebida pelo Estado burguês, não passa de um
formalismo jurídico;
é uma ficção da lei, pois o indivíduo só pode ser livre quando a esfera da
produção estiver sujeita ao controle daqueles que produzem.
04) Para G. W. Friedrich Hegel,
o Estado deveria ser substituído pela sociedade civil, pois essa pode
representar os interesses coletivos e é capaz de garantir os interesses de cada
indivíduo.
X08) G. W. Friedrich
Hegel critica as teorias políticas contratualistas, segundo as quais os
indivíduos isolados abandonam o estado de natureza para se reunirem em sociedade, por meio de um
pacto, a fim de formar artificialmente o Estado e garantir a liberdade
individual e a propriedade privada.
X16) A filosofia
política de Karl Marx fundamenta-se numa nova antropologia, segundo a qual a
natureza humana varia historicamente, pois o indivíduo se produz à medida que transforma a
natureza pelo trabalho dentro de certas relações sociais de produção.
2.
(Uem 2010) A palavra política é
de origem grega: ta politika, proveniente de polis. Polis é
a cidade entendida como a comunidade organizada, formada pelos cidadãos (politikos),
isto é, pelos homens nascidos no solo da cidade, livres e iguais, portadores de
dois direitos inquestionáveis: a isonomia, isto é, a igualdade perante a lei, e
a isegoria, isto é, o direito de expor e discutir (numa relação de igualdade)
opiniões sobre ações que a cidade deve ou não realizar.
(CHAIUI,
Marilena. Convite à filosofia. Unidade 8, Capítulo 9.)
Sobre o exposto, assinale o que for correto.
X01) No auge da
democracia ateniense, no governo de Péricles, os princípios de isonomia e de
isegoria eram condições para o exercício de uma prática política isenta de violência na esfera
pública.
X02) No Brasil, no ano
de 1968, o governo militar, que, por meio do golpe de Estado de 1964, havia
tomado o poder, decreta
o Ato Institucional nº 5 (AI – 5), que caça os direitos civis, entre eles, o de
isegoria, caracterizando a instauração de um regime político autoritário.
X04) Na União
Soviética, o ideal socialista de isonomia e de isegoria, que deveria
realizar-se por meio dos sovietes (conselhos de fábrica), foi destruído quando o
partido bolchevique constituiu-se como partido único e proibiu qualquer
oposição, eliminando, inclusive, a liberdade de imprensa e de expressão.
08) Jürgen Habermas, ao
defender, na sua teoria da ação comunicativa, que na relação dialógica entre
dois interlocutores deve prevalecer o melhor argumento, invalida o princípio de
isegoria.
16) Na República de Platão, os
sofistas Trasímaco e Calicles defendem que o princípio de isegoria deve
fundamentar-se na lei do mais forte.
3.
(Uem 2010) Lutas populares intensas e
profundas crises econômicas forçaram o Estado liberal a tornar-se uma República
democrática representativa, ampliando a cidadania política. Com base nessa
afirmação, assinale o que for correto.
X01) O Welfare
State (Estado de bem-estar social), com fundamentos da teoria do economista
John Maynard Keynes, representa uma ruptura com a concepção da ortodoxia liberal de um Estado
minimalista.
02) O neoliberalismo amplia a
política social do Welfare State, reforçando a intervenção do Estado no
sentido de defender e garantir direitos e benefícios sociais no campo
da previdência social.
X04) Nos Estados
Unidos, o presidente Roosevelt, depois da grande crise de 1929, elabora um
plano econômico conhecido
como New Deal, caracterizado pelo dirigismo estatal e o subsídio
financeiro às obras públicas.
X08) O liberalismo
caracteriza-se pela diferença e distância entre o Estado e a sociedade, pois é
essa distância que lhe permite defender a ideia de liberdade econômica e social.
16) O neoliberalismo, como a última
das revoluções burguesas, foi decisivo na conquista da cidadania, ao consolidar
os direitos da sociedade civil, permitindo, por exemplo, que as mulheres
usufruíssem, em 1930, na França e na Inglaterra, do sufrágio universal.
4.
(Uem 2013) “Porque há tanta diferença
entre como se vive e como se deveria viver, que quem deixa aquele e segue o que
se deveria fazer apreende mais rapidamente a sua ruína que a sua preservação:
porque um homem que deseja ser bom em todas as situações é inevitável que se
destrua entre tantos que não são bons. Assim, é necessário a um príncipe que
deseja conservar-se no poder aprender a não ser bom e sê-lo e não sê-lo
conforme a necessidade.”
(MAQUIAVEL, N. O
Príncipe. São Paulo: Hedra, 2009, cap. XV, p. 159).
Conforme o trecho citado, assinale o que for
correto.
X01) No mundo da
política, o agente político não deve pautar suas ações apenas pelos princípios
morais fundados na ideia de bondade e de santidade.
02) O mundo da política não
comporta ações virtuosas, mas sim traições e vilanias.
X04) O mundo da
política obriga o governante a tomar decisões que contrariam os seus ideais de
moralidade e de virtude
em nome da conservação do regime político.
X08) Os ideais
políticos não se fundam sobre a realidade do mundo da política, donde suas
inadequações e fracassos para aqueles que os seguem.
16) O mundo da política exige
ações más, porém disfarçadas de bondade, isto é, a total hipocrisia do
político.
5.
(Uem 2013) O filósofo italiano Nicolau
Maquiavel (1469-1527) afirma: “Porque em toda cidade se encontram estes dois
humores diversos: e nasce, disto, que o povo deseja não ser nem comandado nem
oprimido pelos grandes e os grandes desejam comandar e oprimir o povo; e desses
dois apetites diversos nasce na cidade de um desses três efeitos: ou o
principado, ou a liberdade, ou a licença” (MAQUIAVEL, O Príncipe. São
Paulo: Hedra, 2009, p. 109). A partir do trecho citado, assinale a(s)
alternativa(s) correta(s).
01) O povo, ao não querer ser comandado,
deseja comandar.
X02) É da natureza dos
grandes, no caso os ricos, o desejo de dominar o povo, no caso os pobres.
X04) Povo e grandes
formam dois grupos políticos distintos e antagônicos em toda cidade.
08) Os grandes se unem
politicamente para se defenderem do desejo de dominação do povo.
16) O fenômeno descrito era
restrito às cidades italianas do período histórico do filósofo.
6.
(Ufba 2011) Na teoria geral do Estado
distinguem-se, embora nem sempre com uma clara linha demarcatória, as formas de
governo dos tipos de Estado. Na tipologia das formas de governo, leva-se mais
em conta a estrutura de poder e as relações entre os vários órgãos dos quais a
constituição solicita o exercício do poder; na tipologia dos tipos de Estado, mais
as relações de classe, a relação entre o sistema de poder e a sociedade
subjacente, as ideologias e os fins, as características históricas e
sociológicas.
As tipologias clássicas das formas de governo
são três: a de Aristóteles, a de Maquiavel e a de Montesquieu.
(BOBBIO, 1987,
p. 104).
De acordo com o texto e com os conhecimentos
sobre formas de governo e estruturas de poder político, são verdadeiras as
proposições
X01) Monarquia,
aristocracia e democracia são formas de governo definidas por Aristóteles, a
partir do conhecimento da diversidade política existente nas cidades-Estado da antiga Grécia.
02) A divisão de poderes
fundamentou a organização da primeira Constituição republicana brasileira,
promulgada em 1891, demonstrando a influência da teoria política de
Montesquieu.
04) O pensamento político de
Montesquieu opunha-se à estrutura do Estado absolutista e propiciou as bases do
Estado Liberal.
X08) As “razões de
Estado”, concebidas como valor político acima de qualquer outro ideal, foi um
princípio defendido por Maquiavel, considerado o fundador da moderna ciência política.
X16) O modelo de
república liberal idealizado por Maquiavel é reconhecível nas formas de governo
dos países que, na contemporaneidade, constituem o denominado Grupo G8.
X32) Aristóteles
elaborou o projeto político responsável pela unificação política da Grécia
dentro do modelo de tirania temporária.
64) Montesquieu privilegiava o
Poder Executivo, em detrimento dos demais poderes, razão do seu distanciamento
do pensamento político e filosófico de Maquiavel.
7.
(Uem 2010) Na Itália, a redescoberta
das obras de pensadores da cultura greco-romana, particularmente das antigas
teorias políticas, suscita um ideal político: o da liberdade republicana contra
o poder teológico-político dos papas e imperadores. Com base na afirmação
acima, assinale o que for correto.
01) A história da política da antiguidade
greco-romana não desperta interesse para Maquiavel, pois dela não se pode
extrair nenhuma ideia para a construção do Estado moderno.
02) Segundo Maquiavel, o
Principado é a única forma de governo possível e viável, pois só o príncipe é
capaz de instituir um Estado racional segundo a natureza humana.
04) Na sua obra O príncipe,
Maquiavel considera que a virtù do príncipe consiste em ter uma ética em
que os princípios serão mantidos em qualquer circunstância, pois só assim seria
possível garantir a ordem e a estabilidade do governo.
X08) Para Maquiavel,
qualquer regime político, pouco importa a forma e a origem que tiver, poderá
ser legítimo ou ilegítimo, pois o critério de avaliação que mede a legitimidade
ou ilegitimidade de um governo é a liberdade.
X16) Na obra Comentários
sobre a primeira década de Tito Lívio, Maquiavel considera o Estado
republicano viável, por permitir o embate de forças políticas com interesses
divergentes. Dessa forma, a República, ao reconhecer o antagonismo social
como uma realidade inerente à atividade política, realiza-se por meio da
conciliação de interesses divergentes.
8.
(Uem 2009) Maquiavel inaugura o
pensamento político moderno. Seculariza a política, rejeitando o legado
ético-cristão. Maquiavel tem uma visão do homem e da política como elas são e
não como deveriam ser. A política deve ater-se ao real, deve preocupar-se com a
eficiência da ação e não teorizar, como fazia Platão, sobre a forma ideal de
governo.
Assinale o que for correto.
01) Para Maquiavel, o príncipe
virtuoso é aquele que governa com justiça, estabelecendo, entre seus súditos, a
igualdade social e uma participação político-democrática.
X02) Maquiavel
redefine as relações entre ética e política, não julga mais as ações políticas
em função de uma hierarquia de valores dada de antemão, mas em função da necessidade dos
resultados que as ações políticas devem alcançar.
04) Maquiavel faz a apologia da
tirania, pois considera ser a forma mais eficiente de o príncipe manter-se no poder
e garantir a segurança da ordem social e política para seus súditos.
X08) Na concepção
política de Maquiavel, não há uma exclusão entre ética e política, todavia a
primeira deve ser entendida a partir da segunda. Para ele, as exigências da ação política
implicam uma ética cujo caráter é diferente da ética praticada pelos indivíduos
na vida privada.
X16) Para Maquiavel, a
sociedade é dividida entre os grandes, isto é, os que possuem o poder político
e econômico, e o povo oprimido. A sociedade é cindida por lutas sociais, não pode,
portanto, ser vista como uma comunidade homogênea voltada para o bem comum.
9.
(Pucpr 2015) Leia o fragmento a seguir,
extraído do Discurso sobre a origem e os fundamentos da desigualdade entre
os homens, de Rousseau:
“É do homem que devo falar, e a questão que
examino me indica que vou falar a homens, pois não se propõem questões
semelhantes quando se teme honrar a verdade. Defenderei, pois, com confiança a
causa da humanidade perante os sábios que a isso me convidam e não ficarei
descontente comigo mesmo se me tornar digno de meu assunto e de meus juízes”.
ROUSSEAU,
Jean-Jacques. Discurso sobre a origem e os fundamentos da desigualdade entre
os homens. São Paulo: Martins Fontes, 1999, p.159.
A partir da teoria contratualista de
Rousseau, assinale a alternativa que representa aquilo que o filósofo de
Genebra pretende defender na obra.
a) Que a desigualdade social é
permitida pela lei natural e, portanto, o Estado não é responsável pelo
conflito social.
b) Que a desigualdade social é
autorizada pela lei natural, ou seja, que a natureza não se encontra submetida
à lei.
c) Que no estado natural
existe apenas o direito de propriedade.
d) Que a desigualdade moral ou
política é uma continuidade daquilo que já está presente no estado natural.
Xe)
Que
há, na espécie humana, duas espécies de desigualdade: a primeira, natural, e a
segunda, moral ou política.
10.
(Unioeste 2013) “Através dos princípios de
um direito natural preexistente ao Estado, de um Estado baseado no consenso, de
subordinação do poder executivo ao poder legislativo, de um poder limitado, de
direito de resistência, Locke expôs as diretrizes fundamentais do Estado
liberal.”
Bobbio.
Considerando o texto citado e o pensamento
político de Locke, seguem as afirmativas abaixo:
I. A passagem do estado de natureza para a
sociedade política ou civil, segundo Locke, é realizada mediante um contrato social,
através do qual os indivíduos singulares, livres e iguais dão seu consentimento
para ingressar no estado civil.
II. O livre consentimento dos indivíduos
para formar a sociedade, a proteção dos direitos naturais pelo governo, a
subordinação dos poderes, a limitação do poder e o direito à resistência são
princípios fundamentais do liberalismo político de Locke.
III. A violação deliberada e sistemática dos
direitos naturais e o uso contínuo da força sem amparo legal, segundo Locke,
não são suficientes para conferir legitimidade ao direito de resistência, pois
o exercício de tal direito causaria a dissolução do estado civil e, em
consequência, o retorno ao estado de natureza.
IV. Os indivíduos consentem livremente, segundo
Locke, em constituir a sociedade política com a finalidade de preservar e
proteger, com o amparo da lei, do arbítrio e da força comum de um corpo
político unitário, os seus inalienáveis direitos naturais à vida, à liberdade e
à propriedade.
V. Da dissolução do poder legislativo, que é o
poder no qual “se unem os membros de uma comunidade para formar um corpo vivo e
coerente”, decorre, como consequência, a dissolução do estado de natureza.
Das afirmativas feitas acima
a) somente a afirmação I está
correta.
b) as afirmações I e III estão
corretas.
c) as afirmações III e IV
estão corretas.
d) as afirmação II e III estão
corretas.
Xe)
as
afirmações III e V estão incorretas.
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