Algumas questões abaixo
entrarão em nossa avaliação do 4º bimestre. As alternativas sublinhadas são
respostas corretas.
1. (Unioeste 2013) “Quando dizemos que o homem se escolhe a si mesmo, queremos dizer que
cada um de nós se escolhe a si próprio; mas com isso queremos também dizer que,
ao escolher-se a si próprio, ele escolhe todos os homens. Com efeito, não há de
nossos atos um sequer que, ao criar o homem que desejamos ser, não crie ao
mesmo tempo uma imagem do homem como julgamos que deve ser. Escolher isto ou
aquilo é afirmar ao mesmo tempo o valor do que escolhemos, porque nunca podemos
escolher o mal, o que escolhemos é sempre o bem, e nada pode ser bom para nós
sem que o seja para todos. Se a existência, por outro lado, precede a essência
e se quisermos existir, ao mesmo tempo em que construímos a nossa imagem, esta
imagem é válida para todos e para a nossa época. Assim, a nossa
responsabilidade é muito maior do que poderíamos supor, porque ela envolve toda
a humanidade”.
Sartre.
Considerando o texto citado e o pensamento sartreano, é INCORRETO afirmar
que
a) o valor máximo da existência humana é a
liberdade, porque o homem é, antes de mais nada, o que tiver projetado ser,
estando “condenado a ser livre”.
b) totalmente posto sob o domínio do que ele é,
ao homem é atribuída a total responsabilidade pela sua existência e, sendo
responsável por si, é também responsável por todos os homens.
c) o existencialismo sartreano é uma moral da
ação, pois o homem se define pelos seus atos e atos, por excelência, livres, ou
seja, o “homem não é nada além do conjunto de seus atos”.
d) o homem é um “projeto que se vive
subjetivamente”, pois há uma natureza humana previamente dada e predefinida, e,
portanto, no homem, a essência precede a existência.
e) por não haver valores preestabelecidos, o
homem deve inventá-los através de escolhas livres, e, como escolher é afirmar o
valor do que é escolhido, que é sempre o bem, é o homem que, através de suas
escolhas livres, atribui sentido a sua existência.
2. (Uem 2012) O filósofo Immanuel Kant (1724-1804) estabelece uma íntima relação entre
a liberdade humana e sua capacidade de pensar autonomamente, ao afirmar:
“Esclarecimento é a saída do homem da menoridade pela qual é o
próprio culpado. Menoridade é a incapacidade de servir-se do próprio
entendimento sem direção alheia. [...] É tão cômodo ser menor. Possuo um livro
que faz as vezes do meu entendimento; um guru espiritual, que faz às vezes de
minha consciência; um médico, que decide por mim a dieta etc.; assim não
preciso eu mesmo dispensar nenhum esforço. Não preciso necessariamente pensar,
se posso apenas pagar.”
(KANT, I. Resposta à questão: o
que é esclarecimento? In: Antologia de textos filosóficos. Curitiba:
SEED-PR, 2009. p. 407).
A partir do texto de Kant, é correto
afirmar que
01) liberdade é não precisar de ninguém para nada.
02) riqueza não é sinônimo de liberdade, como pobreza não é sinônimo de
escravidão.
04) a justificativa para a falta de liberdade é a pouca idade dos seres
humanos.
08) a liberdade é, primeiramente, liberdade de pensamento.
16) a liberdade é resultado de um esforço pessoal incômodo para libertar-se
das amarras do pensamento.
3. (Unimontes 2011) Podemos dizer que o ser humano se faz pelo trabalho, porque, ao mesmo
tempo em que produz coisas, torna-se humano, constrói a própria subjetividade,
desenvolve a imaginação, aprende a se relacionar com os demais, a enfrentar
conflitos, a exigir de si mesmo a superação das dificuldades.
Com relação ao trabalho, podemos afirmar:
a) Como condição de humanização, o trabalho
liberta ao viabilizar projetos e concretizar sonhos.
b) Como condição de humanização, o trabalho
escraviza e prejudica ao viabilizar projetos e concretizar sonhos.
c) Como condição de escravidão, o trabalho
liberta ao viabilizar projetos e concretizar sonhos.
d) Como condição de humanização, o trabalho não
liberta ao viabilizar projetos e concretizar sonhos.
4. (Uem 2013) A lógica formal aristotélica estuda a relação entre as premissas e a
conclusão de inferências válidas e inválidas (segundo a forma), a partir de
proposições falsas e verdadeiras (segundo o conteúdo). Chamamos de falácias ou
sofismas as formas incorretas de inferência. Levando em conta a forma da
inferência, assinale o que for correto.
01) A inferência “Fulano será um bom prefeito porque é um bom empresário.” é
uma falácia.
02) A inferência “Todos os homens são mortais. Sócrates é homem, logo
Sócrates é mortal.” é válida.
04) A inferência “Ou fulano dorme, ou trabalha. Fulano dorme, logo não
trabalha.” é uma falácia.
08) A inferência “Nenhum gato é pardo. Algum gato é branco, logo todos os
gatos são brancos.” é uma falácia.
16) A inferência “Todos que estudam grego aprendem a língua grega. Estudo
grego, logo aprendo a língua grega.” é válida.
5. (Uem 2011) A liberdade é, entre todos os bens, o maior e o mais difícil de ser
exercido, devido à complexidade de sua natureza, que se relaciona com a ética,
com a Filosofia política, com a Filosofia existencialista etc.
Sobre os diferentes usos do conceito de liberdade, assinale o que for correto.
01) Para Guilherme de Ockham, o poder tirânico é contrário à liberdade
concedida por Deus, e devemos, por isso, submeter até mesmo a Igreja e o papa ao direito natural e
divino.
02) Para Hannah Arendt, a liberdade não representa um ente de razão ou um
direito divino, mas um fato
político genuíno, razão pela qual o ser da política é a liberdade, e seu campo
de experiência, a ação humana.
04) O pensamento liberal defende, majoritariamente, a intervenção do Estado,
da religião e das ciências na vida do cidadão, pois a ingerência do Estado e
das instituições aumenta, segundo o liberalismo, o bem-estar e a liberdade dos
indivíduos.
08) Para Etienne de La Boétie, a liberdade é espontânea e intransferível,
razão pela qual o cidadão jamais perde, mesmo sob o jugo da escravidão, da
ditadura e do despotismo, a consciência de ser livre.
16) Para Sartre, a liberdade não depende de um projeto existencial, pois o
existencialismo é uma crítica à razão prática em nome da razão teórica, que é
racional e a priori.
6. (Uem 2011) Para Nicola Abbagnano, a liberdade “tem três significações fundamentais,
correspondentes a três concepções que se sobrepuseram ao longo de sua história
e que podem ser caracterizadas da seguinte maneira: 1. Liberdade como
autodeterminação ou autocausalidade, segundo a qual a liberdade é ausência de
condições e de limites; 2. Liberdade como necessidade, que se baseia no mesmo
conceito da precedente, a autodeterminação, mas atribuindo-a à totalidade a que
o homem pertence (Mundo, Substância, Estado); 3. Liberdade como possibilidade
ou escolha, segundo a qual a liberdade é limitada e condicionada, isto é, finita”
(ABBAGNANO, Nicola. Dicionário
de filosofia. Tradução da 1.ª ed. coordenada e revista por Alfredo Bossi. 5ª
ed. São Paulo: Martins Fontes, 2007, p.699).
Sobre a liberdade, assinale o que for correto.
01) O anarquismo individualista defende a segunda concepção de liberdade,
expressa no enunciado.
02) A filosofia existencialista de Jean-Paul Sartre desenvolve a primeira
concepção de liberdade, expressa no enunciado.
04) A filosofia de Georg Wilhelm Hegel identifica-se com a segunda concepção
de liberdade, expressa no
enunciado.
08) Para Thomas Hobbes, existe uma liberdade de fazer, não uma liberdade de
querer; portanto, a
liberdade para este filósofo é caracterizada pela terceira concepção, expressa
no enunciado.
16) Enquanto as duas primeiras concepções de liberdade, expressas no
enunciado, possuem um núcleo conceitual comum, a terceira não recorre a esse
núcleo.
7. (Uem 2010) O conceito de liberdade recebe denotações diferentes ao longo da história.
Considerando os autores Aristóteles, John B. Watson, Burrhus F. Skinner,
Jean-Paul Sartre e Merleau-Ponty, assinale o que for correto.
01) O behaviorismo de John B. Watson e Burrhus F. Skinner defende a
liberdade incondicionada, pois nenhuma determinação condiciona o comportamento
humano.
02) Na Ética a Nicômaco, Aristóteles define o ato voluntário como
“princípio de si mesmo”, de modo que tanto a virtude quanto o vício dependem da vontade do indivíduo.
04) A fenomenologia de Merleau-Ponty defende uma concepção de liberdade
situada, superando a
antinomia clássica do determinismo (anulação da liberdade) e do livre arbítrio
(liberdade absoluta).
08) A concepção da liberdade de Jean-Paul Sartre é tributária do conceito
grego de destino, bem visível no nome dos heróis das tragédias de Ésquilo,
Sófocles e Eurípedes.
16) Para o existencialismo sartreano, a existência precede a essência; por
essa razão, o homem jamais poderá ser livre.
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