ABM 3º ano - 2015
Olá Pessoal!
Algumas questões publicadas a seguir entram na ABM do 2º bimestre.
Estudem para lograr êxito no resultado. Sucesso.
As questões
sublinhadas são as corretas.
1. (Enem
PPL 2012) Assentado, portanto, que a Escritura, em
muitas passagens, não apenas admite, mas necessita de exposições diferentes do
significado aparente das palavras, parece-me que, nas discussões naturais,
deveria ser deixada em último lugar.
GALILEI, G. Carta a Benedetto Castelli. In: Ciência e fé: cartas de Galileu sobre o
acordo do sistema copernicano com a Bíblia. São Paulo: Unesp, 2009.
(adaptado)
O texto, extraído da carta escrita por Galileu
(1564-1642) cerca de trinta anos antes de sua condenação pelo Tribunal do Santo
Oficio, discute a relação entre ciência e fé, problemática cara no século XVII.
A declaração de Galileu defende que
a) a bíblia, por registrar
literalmente a palavra divina, apresenta a verdade dos fatos naturais,
tornando-se guia para a ciência.
b) o significado aparente
daquilo que é lido acerca da natureza na bíblia constitui uma referência
primeira.
c) as diferentes exposições
quanto ao significado das palavras bíblicas devem evitar confrontos com os
dogmas da Igreja.
d) a bíblia deve receber uma
interpretação literal porque, desse modo, não será desviada a verdade natural.
e) os intérpretes precisam
propor, para as passagens bíblicas, sentidos que ultrapassem o significado
imediato das palavras.
2.
(Unicentro 2010) Informe
se é verdadeiro (V) ou falso (F) o que se afirma abaixo e, em seguida, assinale
a alternativa correta.
( ) O saber científico, em última análise,
se opõe ao saber filosófico: os conhecimentos científicos são inquestionavelmente
certos, coerentes e infalíveis. Diferente disto, a atitude filosófica é, por
excelência, caracterizada como indagação e crítica, cujos principais
norteadores são a dúvida e a incerteza.
( v ) O saber científico, em última análise, não
se opõe ao saber filosófico. O que os diferencia é, sobretudo, uma questão de
enfoque: a ciência interessa-se mais em resolver problemas específicos,
delimitados, enquanto a filosofia busca estabelecer uma interdisciplinaridade
dos diversos campos do saber.
( v ) O trabalho da ciência pressupõe, como
condição, o trabalho da filosofia. As pretensões da ciência são fundamentadas,
principalmente, na confiança que ela deposita na racionalidade dos
conhecimentos: este fundamento das ciências, por exemplo, não é científico, mas
sim filosófico.
( ) A reflexão empreendida pela filosofia
deve, necessariamente, ser desinteressada, neutra e, principalmente, separada
do que ocorre no mundo. Ela tem um compromisso com o rigor e a verdade dos
resultados das pesquisas científicas, ou seja, pelo fato de ser uma disciplina
teórica, deve, necessariamente, abster-se dos acontecimentos da vida social.
3.
(Ufsm 2015) Há muitas razões para
valorizar a ciência. A importância de prever e explicar fenômenos naturais e
facilitar nosso controle de ambientes hostis, facilitando nossa adaptação, é
uma delas. Em função do sucesso que a ciência tem em explicar muitos fenômenos,
a maioria das pessoas não diretamente envolvidas com atividades científicas
tende a pensar que uma teoria científica é um conjunto de leis verdadeiras e
infalíveis sobre o mundo natural. Mudanças teóricas radicais na história da
ciência (como a substituição de um modelo geocêntrico por um modelo heliocêntrico
de explicação do movimento planetário) levaram filósofos a suspeitar dessa
imagem das teorias científicas. A teoria da ciência do físico e filósofo
austríaco Karl Popper se caracterizou por sustentar que as leis científicas
possuem um caráter
I. hipotético e provisório.
II. assistemático e irracional.
III. matemático e formal.
IV. contraditório e tautológico.
4.
(Ufsm 2015) Há diversos indícios
empíricos da evolução das espécies. Alguns desses indícios são conhecidos desde
Darwin, tais como o registro fóssil, as variações entre indivíduos de uma mesma
espécie e a distribuição geográfica das espécies. Outros indícios provêm de
estudos mais recentes, notadamente em genética. O conjunto desses indícios
torna a teoria da evolução mais provavelmente verdadeira que qualquer outra
hipótese alternativa. Essa inferência, em que se parte de indícios empíricos e
se conclui com teorias ou enunciados gerais, é comumente chamada de inferência
a) lógica.
b) dedutiva.
c) analógica.
d) indutiva.
e) biológica.
5.
(Enem 2013) Os
produtos e seu consumo constituem a meta declarada do empreendimento
tecnológico. Essa meta foi proposta pela primeira vez no início da Modernidade,
como expectativa de que o homem poderia dominar a natureza. No entanto, essa
expectativa, convertida em programa anunciado por pensadores como Descartes e
Bacon e impulsionado pelo Iluminismo, não surgiu “de um prazer de poder”, “de
um mero imperialismo humano”, mas da aspiração de libertar o homem e de enriquecer sua vida, física e culturalmente.
CUPANI, A. A tecnologia como problema filosófico: três enfoques,
Scientiae Studia. São Paulo, v.
2, n. 4, 2004 (adaptado).
Autores da
filosofia moderna, notadamente Descartes e Bacon, e o projeto iluminista
concebem a ciência como uma forma de saber que almeja libertar o homem das
intempéries da natureza. Nesse contexto, a investigação científica consiste em
a) expor
a essência da verdade e resolver definitivamente as disputas teóricas ainda existentes.
b) oferecer
a última palavra acerca das coisas que existem e ocupar o lugar que outrora foi
da filosofia.
c) ser
a expressão da razão e servir de modelo para outras áreas do saber que almejam
o progresso.
d) explicitar
as leis gerais que permitem interpretar a natureza e eliminar os discursos
éticos e religiosos.
e) explicar
a dinâmica presente entre os fenômenos naturais e impor limites aos debates
acadêmicos.
6.
(Unioeste 2013) “As teorias racionalistas e
empiristas da ciência sofrem de graves problemas internos. Os racionalistas,
quando tentavam justificar proposições advindas de um pensar claro como
verdades absolutas, eram, com efeito, obrigados a adotar certas noções
problemáticas evidentes por si mesmas, [...]. Os empiristas estavam diante de
uma série de problemas relacionados à falibilidade e ao campo restrito dos
sentidos, e do problema de justificar as generalizações que necessariamente
ultrapassam a evidência proporcionada por determinadas aplicações dos sentidos
(o problema da indução). Esses problemas internos são graves e suficientes para
desacreditar as tentativas filosóficas tradicionais de fundamentar uma teoria
da ciência com base na natureza humana. Contudo, não considero as dificuldades
internas com que se depararam o racionalismo e o empirismo tradicional as
principais razões para rejeitá-los como explicações satisfatórias da ciência.
Sou da opinião de que a abordagem geral que exige que se trace a natureza do
conhecimento científico de acordo com a natureza dos seres humanos que o
produzem está fundamentalmente equivocada”.
Alan Chalmers.
Considerando o texto acima, no qual o autor
apresenta sua posição em relação a dois tipos de abordagem filosófica da
ciência moderna, é INCORRETO afirmar que
a) as teses fundamentais da
filosofia da ciência moderna apresentam graves dificuldades internas.
b) para os pensadores
racionalistas, os axiomas são fundamentais, pois formam a base de justificação
de teorias científicas.
c) o
pensar e o sentir, aspectos essenciais da natureza humana, devem,
necessariamente, ser análogos à natureza da ciência.
d) a indução apresenta
problemas, pois as generalizações decorrentes de sua aplicação invariavelmente
evidenciam as limitações dos sentidos.
e) embora o homem seja o
sujeito do conhecimento, não se pode centrar toda a investigação sobre o
caráter da ciência tendo como base a natureza humana.
7.
(Unioeste 2013) “A ideia de conduzir os
negócios da ciência com o auxílio de um método que encerre princípios firmes,
imutáveis e incondicionalmente obrigatórios, vê-se diante de considerável
dificuldade, quando posta em confronto com os resultados da pesquisa histórica.
Verificamos, fazendo um confronto, que não há uma só regra, embora plausível e
bem fundada na epistemologia, que deixe de ser violada em algum momento.
Torna-se claro que tais violações não são eventos acidentais, não são o
resultado de conhecimento insuficiente ou de desatenção que poderia ter sido
evitada. Percebemos, ao contrário, que as violações são necessárias para o
progresso. Com efeito, um dos notáveis traços dos recentes debates travados em
torno da história e da filosofia da ciência é a compreensão de que
acontecimentos e desenvolvimentos tais como a invenção do atomismo na
Antiguidade, a revolução copernicana, o surgimento do moderno atomismo (teoria
cinética; teoria da dispersão; estereoquímica; teoria quântica), o aparecimento
gradual da teoria ondulatória da luz só ocorreram porque alguns pensadores decidiram
não se deixar limitar por certas regras metodológicas ‘óbvias’ ou porque involuntariamente
as violaram.”
Paul
Feyerabend.
Considerando o texto acima, que trata do
método na ciência, seguem as afirmativas abaixo:
I. A história da atividade científica, segundo
Feyerabend, mostra que os resultados alcançados pela ciência são fruto da
perseverança e do trabalho duro dos cientistas em torno de um conjunto de
métodos precisos.
II. O método em ciência,
visto como a construção de um caminho que leve, inevitavelmente, a um conjunto
de verdades
imutáveis, é algo sumamente problemático.
III. O surgimento de avanços científicos
significativos está intimamente ligado à violação involuntária de regras de
método que, na sua simplicidade, emperram o avanço científico.
IV. Dada qualquer regra, por mais fundamental que
se apresente para a ciência, sempre surgirão ocasiões nas quais é conveniente ignorar a
regra e mesmo adotar uma regra contrária.
V. A epistemologia, à luz
da pesquisa histórica, apresenta um conjunto de eventos não acidentais que se
mostraram decisivos quando se trata de compreender o desenvolvimento exitoso de seus
resultados.
8.
(Unioeste 2012) “Ele [o Universo] está
escrito em língua matemática, os caracteres são triângulos, circunferências e
outras figuras geométricas, sem cujos meios é impossível entender humanamente
as palavras; sem eles nós vagamos perdidos dentro de um obscuro labirinto. […]
que nos corpos externos, para excitar em nós os sabores, os cheiros e os sons,
seja necessário mais que as grandezas, figuras e multiplicidades de movimentos
vagarosos ou rápidos, eu não acredito; acho que, tirando os ouvidos, as línguas
e os narizes, permanecem os números, as figuras e os movimentos, mas não os
cheiros, nem os sabores, nem os sons, que, fora do animal vivente, acredito que
sejam só nomes, como nada mais é que nome a cócega, tiradas as axilas e a pele
ao redor do nariz”.
Galileu
Considerando o texto acima, é INCORRETO
afirmar que
a) Galileu distingue dois
tipos de qualidades das coisas: as qualidades que pertencem às próprias coisas
e as qualidades que dependem dos nossos sentidos.
b) os cheiros, os sabores e os
sons existem independentemente de nós, pois são produzidos em nossos sentidos
pelas
propriedades matemáticas das coisas.
c) o verdadeiro conhecimento
das coisas depende das propriedades matemáticas e não das qualidades
secundárias produzidas por nossos sentidos.
d) as qualidades secundárias,
tais como determinado cheiro, cor ou som, não nos dizem a verdadeira natureza
das coisas.
e) as propriedades matemáticas
(figura, números e movimentos) devem ser os objetos de um conhecimento
verdadeiro.
9.
(Unioeste 2012) “Kuhn sustenta que a ciência
progride quando os cientistas são treinados numa tradição intelectual comum e
usam essa tradição para resolver os problemas que ela suscita. Kuhn vê a
história de uma ciência ‘madura’ como sendo, essencialmente, uma sucessão de
tradições, cada uma das quais com sua própria teoria e seus próprios métodos de
pesquisa, cada um guiando uma comunidade de cientistas durante um certo período
de tempo e sendo finalmente abandonada. Kuhn começou por chamar às ideias de
uma tradição científica um ‘paradigma’ [...] O paradigma, como um todo,
determina que problemas são investigados, que dados são considerados
pertinentes, que técnicas de investigação são usadas e que tipos de solução se
admitem. [...] Revoluções, como as de Copérnico, Newton, Darwin e Einstein não
são frequentes, diz Kuhn, e são deflagradas por crises. Uma crise ocorre quando
os cientistas são incapazes de resolver muitos problemas de longa data com que
o paradigma se defronta”.
Kneller
Considerando o texto acima e as ideias de
Kuhn sobre a atividade científica, seguem as afirmativas abaixo:
I. O paradigma determina o que uma comunidade
científica pode investigar, quais os métodos e as soluções possíveis.
II. A história da ciência
mostra uma sucessão de rupturas ou revoluções, ou seja, mudanças de paradigmas
e não um processo progressivo linear contínuo do conhecimento científico.
III. Um paradigma entra em crise e pode ser
substituído por outro quando ele não permite mais a solução de problemas considerados importantes
pela comunidade científica.
IV. A história da ciência não tem nenhuma
importância para a investigação da atividade científica, pois a ciência não é
condicionada, de forma alguma, por seu contexto histórico.
V. O progresso científico ocorre dentro de
uma tradição enquanto o paradigma permitir que os problemas considerados
importantes sejam resolvidos (ciência normal).
10.
(Unioeste 2012) “A objetividade, vamos
repetir, constitui um ideal. Quem não sonha com uma ciência perfeita, que
mostre a natureza como ela é? Mas entre os sonhos e as realizações, a distância
é grande. Concretamente, o pesquisador é forçado a aceitar riscos, a se apoiar
em determinada concepção de natureza, a postular relações talvez inexistentes,
a formular conjecturas audaciosas ou mesmo temerárias, a ‘manipular’ os fatos
de modo às vezes pouco habilidoso. A espécie de vulgata epistemológica que
esconde mais ou menos deliberadamente esses aspectos da atividade científica
pretende dar desta última uma imagem lisonjeira, até mesmo asséptica: o Sábio é
um espírito puro, frio, neutro e objetivo que opera num vazio cultural e
ideológico perfeito. Naturalmente, deve-se admitir que ele utilize um pouco sua
imaginação [...] Mas todo um dispositivo retórico é acionado para que qualquer
confusão com a imaginação dos artistas e dos filósofos seja evitada”.
Thuillier
Considerando o texto acima, é correto
afirmar que
a) não há nenhuma diferença
entre a ideia que o senso comum tem da ciência (a “vulgata epistemológica”) e a
atividade real do cientista.
b) embora o cientista tente
mostrar a natureza como ela é, o fazer científico tem que se apoiar em certos
aspectos que não são certos nem seguros.
c) o cientista é, segundo o
autor, um Sábio que, na realidade, exerce as virtudes da objetividade, da
imparcialidade e da neutralidade.
d) o senso comum sobre a
ciência (a “vulgata epistemológica”) não tem nenhuma imagem definida do
cientista e confunde-o com o artista e o filósofo.
e) o autor concorda com as
concepções que veem a atividade científica como realmente desvinculada de um
contexto cultural e ideológico.
11.
(Unioeste 2011) “A assim chamada ‘filosofia
mecânica’ (que antes da época de Newton não coincidia de modo algum com aquela
parte da física que hoje chamamos mecânica) é baseada em alguns
pressupostos: 1) a natureza não é a manifestação de um princípio vivo, mas é um
sistema de matéria e movimento governado por leis; 2) tais leis podem ser
determinadas com exatidão matemática; 3) um número muito reduzido dessas leis é
suficiente para explicar o universo; 4) a explicação dos comportamentos da
natureza exclui em princípio qualquer referência às forças vitais ou às causas
finais. Com base nestes pressupostos, explicar um fenômeno significa
construir um modelo mecânico que ‘substitui’ o fenômeno real que se pretende
analisar. Esta reconstrução é tanto mais verdadeira, isto é, tanto mais
adequada ao mundo real, quanto mais o modelo for construído só mediante
elementos quantitativos e aptos para serem reduzidos às formulações da
geometria. O mundo imediato da experiência cotidiana não é real (...)
Reais são a matéria e os movimentos das partículas que constituem a matéria,
que acontecem segundo leis determinadas. O mundo real é tecido de dados quantitativos
e mensuráveis, bem como de espaço e de movimentos e relações no espaço.
Dimensão, forma, situação de movimento das partículas (para alguns também a impenetrabilidade
da matéria) são as únicas propriedades reconhecidas ao mesmo tempo como reais e
como princípios explicativos da realidade”.
Paolo Rossi.
Considerando-se o texto acima, assinale qual
característica não pode ser atribuída ao mecanicismo ou filosofia mecânica
a) A redução da complexidade
da natureza à matéria (partículas e suas propriedades espaciais) e movimento.
b) O uso de modelos
matemáticos para explicar a natureza.
c) A homogeneização da
natureza: leis naturais matemáticas que valem em qualquer lugar e em qualquer
tempo.
d) Em relação aos objetos da
natureza, há distinção entre propriedades reais (invisíveis) e aquelas
produzidas pelos sentidos (visíveis).
e) A importância explicativa
do vitalismo e da teleologia (causas finais).
(Marcelo Gleiser. Folha de S.Paulo, 13.02.2011. Adaptado.)
O pensamento de Marcelo Gleiser é expresso
por meio de uma
a) perspectiva conciliatória
entre religião e ciência acerca da origem do homem.
b) abordagem do conflito entre
criacionismo e evolucionismo sob um ponto de vista liberal, defendendo a
liberdade individual para escolher qual adotar.
c) pressuposição de que a
teoria da evolução das espécies de Charles Darwin é anacrônica e, portanto,
inapropriada para explicar a origem do homem.
d) crítica da posição adotada
pela Equipe Brasil Escola, por seu teor de irracionalismo.
e) pressuposição
segundo a qual, no que tange à origem do homem, os critérios subjetivos devem
prevalecer sobre os critérios empíricos.
A questão 9 está correta mesmo?
ResponderExcluirHhfk
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