quinta-feira, 18 de junho de 2015

ABM 3º ANO 2015

ABM 3º ano - 2015
Olá Pessoal!
Algumas questões publicadas a seguir entram na ABM do 2º bimestre. Estudem para lograr êxito no resultado. Sucesso.
As questões sublinhadas são as corretas.

1. (Enem PPL 2012)  Assentado, portanto, que a Escritura, em muitas passagens, não apenas admite, mas necessita de exposições diferentes do significado aparente das palavras, parece-me que, nas discussões naturais, deveria ser deixada em último lugar.

GALILEI, G. Carta a Benedetto Castelli. In: Ciência e fé: cartas de Galileu sobre o acordo do sistema copernicano com a Bíblia. São Paulo: Unesp, 2009. (adaptado)

O texto, extraído da carta escrita por Galileu (1564-1642) cerca de trinta anos antes de sua condenação pelo Tribunal do Santo Oficio, discute a relação entre ciência e fé, problemática cara no século XVII. A declaração de Galileu defende que  
a) a bíblia, por registrar literalmente a palavra divina, apresenta a verdade dos fatos naturais, tornando-se guia para a ciência.    
b) o significado aparente daquilo que é lido acerca da natureza na bíblia constitui uma referência primeira.    
c) as diferentes exposições quanto ao significado das palavras bíblicas devem evitar confrontos com os dogmas da Igreja.    
d) a bíblia deve receber uma interpretação literal porque, desse modo, não será desviada a verdade natural.    
e) os intérpretes precisam propor, para as passagens bíblicas, sentidos que ultrapassem o significado imediato das palavras.   
  
2. (Unicentro 2010)  Informe se é verdadeiro (V) ou falso (F) o que se afirma abaixo e, em seguida, assinale a alternativa correta.

(     ) O saber científico, em última análise, se opõe ao saber filosófico: os conhecimentos científicos são inquestionavelmente certos, coerentes e infalíveis. Diferente disto, a atitude filosófica é, por excelência, caracterizada como indagação e crítica, cujos principais norteadores são a dúvida e a incerteza.
( v   ) O saber científico, em última análise, não se opõe ao saber filosófico. O que os diferencia é, sobretudo, uma questão de enfoque: a ciência interessa-se mais em resolver problemas específicos, delimitados, enquanto a filosofia busca estabelecer uma interdisciplinaridade dos diversos campos do saber.
( v   ) O trabalho da ciência pressupõe, como condição, o trabalho da filosofia. As pretensões da ciência são fundamentadas, principalmente, na confiança que ela deposita na racionalidade dos conhecimentos: este fundamento das ciências, por exemplo, não é científico, mas sim filosófico.

(     ) A reflexão empreendida pela filosofia deve, necessariamente, ser desinteressada, neutra e, principalmente, separada do que ocorre no mundo. Ela tem um compromisso com o rigor e a verdade dos resultados das pesquisas científicas, ou seja, pelo fato de ser uma disciplina teórica, deve, necessariamente, abster-se dos acontecimentos da vida social.
  
3. (Ufsm 2015)  Há muitas razões para valorizar a ciência. A importância de prever e explicar fenômenos naturais e facilitar nosso controle de ambientes hostis, facilitando nossa adaptação, é uma delas. Em função do sucesso que a ciência tem em explicar muitos fenômenos, a maioria das pessoas não diretamente envolvidas com atividades científicas tende a pensar que uma teoria científica é um conjunto de leis verdadeiras e infalíveis sobre o mundo natural. Mudanças teóricas radicais na história da ciência (como a substituição de um modelo geocêntrico por um modelo heliocêntrico de explicação do movimento planetário) levaram filósofos a suspeitar dessa imagem das teorias científicas. A teoria da ciência do físico e filósofo austríaco Karl Popper se caracterizou por sustentar que as leis científicas possuem um caráter

I. hipotético e provisório.
II. assistemático e irracional.
III. matemático e formal.
IV. contraditório e tautológico.
  
4. (Ufsm 2015)  Há diversos indícios empíricos da evolução das espécies. Alguns desses indícios são conhecidos desde Darwin, tais como o registro fóssil, as variações entre indivíduos de uma mesma espécie e a distribuição geográfica das espécies. Outros indícios provêm de estudos mais recentes, notadamente em genética. O conjunto desses indícios torna a teoria da evolução mais provavelmente verdadeira que qualquer outra hipótese alternativa. Essa inferência, em que se parte de indícios empíricos e se conclui com teorias ou enunciados gerais, é comumente chamada de inferência
a) lógica.   
b) dedutiva.   
c) analógica.   
d) indutiva.   
e) biológica.   
  
5. (Enem 2013)  Os produtos e seu consumo constituem a meta declarada do empreendimento tecnológico. Essa meta foi proposta pela primeira vez no início da Modernidade, como expectativa de que o homem poderia dominar a natureza. No entanto, essa expectativa, convertida em programa anunciado por pensadores como Descartes e Bacon e impulsionado pelo Iluminismo, não surgiu “de um prazer de poder”, “de um mero imperialismo humano”, mas da aspiração de libertar o homem e de enriquecer sua vida, física e culturalmente.
CUPANI, A. A tecnologia como problema filosófico: três enfoques, Scientiae Studia. São Paulo, v. 2, n. 4, 2004 (adaptado).


Autores da filosofia moderna, notadamente Descartes e Bacon, e o projeto iluminista concebem a ciência como uma forma de saber que almeja libertar o homem das intempéries da natureza. Nesse contexto, a investigação científica consiste em
a) expor a essência da verdade e resolver definitivamente as disputas teóricas ainda existentes.   
b) oferecer a última palavra acerca das coisas que existem e ocupar o lugar que outrora foi da filosofia.   
c) ser a expressão da razão e servir de modelo para outras áreas do saber que almejam o progresso.   
d) explicitar as leis gerais que permitem interpretar a natureza e eliminar os discursos éticos e religiosos.   
e) explicar a dinâmica presente entre os fenômenos naturais e impor limites aos debates acadêmicos.   
  
6. (Unioeste 2013)  “As teorias racionalistas e empiristas da ciência sofrem de graves problemas internos. Os racionalistas, quando tentavam justificar proposições advindas de um pensar claro como verdades absolutas, eram, com efeito, obrigados a adotar certas noções problemáticas evidentes por si mesmas, [...]. Os empiristas estavam diante de uma série de problemas relacionados à falibilidade e ao campo restrito dos sentidos, e do problema de justificar as generalizações que necessariamente ultrapassam a evidência proporcionada por determinadas aplicações dos sentidos (o problema da indução). Esses problemas internos são graves e suficientes para desacreditar as tentativas filosóficas tradicionais de fundamentar uma teoria da ciência com base na natureza humana. Contudo, não considero as dificuldades internas com que se depararam o racionalismo e o empirismo tradicional as principais razões para rejeitá-los como explicações satisfatórias da ciência. Sou da opinião de que a abordagem geral que exige que se trace a natureza do conhecimento científico de acordo com a natureza dos seres humanos que o produzem está fundamentalmente equivocada”.

Alan Chalmers.

Considerando o texto acima, no qual o autor apresenta sua posição em relação a dois tipos de abordagem filosófica da ciência moderna, é INCORRETO afirmar que
a) as teses fundamentais da filosofia da ciência moderna apresentam graves dificuldades internas.   
b) para os pensadores racionalistas, os axiomas são fundamentais, pois formam a base de justificação de teorias científicas.   
c) o pensar e o sentir, aspectos essenciais da natureza humana, devem, necessariamente, ser análogos à natureza da ciência.
d) a indução apresenta problemas, pois as generalizações decorrentes de sua aplicação invariavelmente evidenciam as limitações dos sentidos.   
e) embora o homem seja o sujeito do conhecimento, não se pode centrar toda a investigação sobre o caráter da ciência tendo como base a natureza humana.   
  
7. (Unioeste 2013)  “A ideia de conduzir os negócios da ciência com o auxílio de um método que encerre princípios firmes, imutáveis e incondicionalmente obrigatórios, vê-se diante de considerável dificuldade, quando posta em confronto com os resultados da pesquisa histórica. Verificamos, fazendo um confronto, que não há uma só regra, embora plausível e bem fundada na epistemologia, que deixe de ser violada em algum momento. Torna-se claro que tais violações não são eventos acidentais, não são o resultado de conhecimento insuficiente ou de desatenção que poderia ter sido evitada. Percebemos, ao contrário, que as violações são necessárias para o progresso. Com efeito, um dos notáveis traços dos recentes debates travados em torno da história e da filosofia da ciência é a compreensão de que acontecimentos e desenvolvimentos tais como a invenção do atomismo na Antiguidade, a revolução copernicana, o surgimento do moderno atomismo (teoria cinética; teoria da dispersão; estereoquímica; teoria quântica), o aparecimento gradual da teoria ondulatória da luz só ocorreram porque alguns pensadores decidiram não se deixar limitar por certas regras metodológicas ‘óbvias’ ou porque involuntariamente as violaram.”
Paul Feyerabend.

Considerando o texto acima, que trata do método na ciência, seguem as afirmativas abaixo:

I. A história da atividade científica, segundo Feyerabend, mostra que os resultados alcançados pela ciência são fruto da perseverança e do trabalho duro dos cientistas em torno de um conjunto de métodos precisos.
II. O método em ciência, visto como a construção de um caminho que leve, inevitavelmente, a um conjunto de verdades imutáveis, é algo sumamente problemático.
III. O surgimento de avanços científicos significativos está intimamente ligado à violação involuntária de regras de método que, na sua simplicidade, emperram o avanço científico.
IV. Dada qualquer regra, por mais fundamental que se apresente para a ciência, sempre surgirão ocasiões nas quais é conveniente ignorar a regra e mesmo adotar uma regra contrária.
V. A epistemologia, à luz da pesquisa histórica, apresenta um conjunto de eventos não acidentais que se mostraram decisivos quando se trata de compreender o desenvolvimento exitoso de seus resultados.
  
8. (Unioeste 2012)  “Ele [o Universo] está escrito em língua matemática, os caracteres são triângulos, circunferências e outras figuras geométricas, sem cujos meios é impossível entender humanamente as palavras; sem eles nós vagamos perdidos dentro de um obscuro labirinto. […] que nos corpos externos, para excitar em nós os sabores, os cheiros e os sons, seja necessário mais que as grandezas, figuras e multiplicidades de movimentos vagarosos ou rápidos, eu não acredito; acho que, tirando os ouvidos, as línguas e os narizes, permanecem os números, as figuras e os movimentos, mas não os cheiros, nem os sabores, nem os sons, que, fora do animal vivente, acredito que sejam só nomes, como nada mais é que nome a cócega, tiradas as axilas e a pele ao redor do nariz”.
Galileu
Considerando o texto acima, é INCORRETO afirmar que
a) Galileu distingue dois tipos de qualidades das coisas: as qualidades que pertencem às próprias coisas e as qualidades que dependem dos nossos sentidos.   
b) os cheiros, os sabores e os sons existem independentemente de nós, pois são produzidos em nossos sentidos pelas propriedades matemáticas das coisas.   
c) o verdadeiro conhecimento das coisas depende das propriedades matemáticas e não das qualidades secundárias produzidas por nossos sentidos.   
d) as qualidades secundárias, tais como determinado cheiro, cor ou som, não nos dizem a verdadeira natureza das coisas.   
e) as propriedades matemáticas (figura, números e movimentos) devem ser os objetos de um conhecimento verdadeiro.   
  
9. (Unioeste 2012)  “Kuhn sustenta que a ciência progride quando os cientistas são treinados numa tradição intelectual comum e usam essa tradição para resolver os problemas que ela suscita. Kuhn vê a história de uma ciência ‘madura’ como sendo, essencialmente, uma sucessão de tradições, cada uma das quais com sua própria teoria e seus próprios métodos de pesquisa, cada um guiando uma comunidade de cientistas durante um certo período de tempo e sendo finalmente abandonada. Kuhn começou por chamar às ideias de uma tradição científica um ‘paradigma’ [...] O paradigma, como um todo, determina que problemas são investigados, que dados são considerados pertinentes, que técnicas de investigação são usadas e que tipos de solução se admitem. [...] Revoluções, como as de Copérnico, Newton, Darwin e Einstein não são frequentes, diz Kuhn, e são deflagradas por crises. Uma crise ocorre quando os cientistas são incapazes de resolver muitos problemas de longa data com que o paradigma se defronta”.
Kneller
Considerando o texto acima e as ideias de Kuhn sobre a atividade científica, seguem as afirmativas abaixo:

I. O paradigma determina o que uma comunidade científica pode investigar, quais os métodos e as soluções possíveis.
II. A história da ciência mostra uma sucessão de rupturas ou revoluções, ou seja, mudanças de paradigmas e não um processo progressivo linear contínuo do conhecimento científico.
III. Um paradigma entra em crise e pode ser substituído por outro quando ele não permite mais a solução de problemas considerados importantes pela comunidade científica.
IV. A história da ciência não tem nenhuma importância para a investigação da atividade científica, pois a ciência não é condicionada, de forma alguma, por seu contexto histórico.
V. O progresso científico ocorre dentro de uma tradição enquanto o paradigma permitir que os problemas considerados importantes sejam resolvidos (ciência normal).
  
10. (Unioeste 2012)  “A objetividade, vamos repetir, constitui um ideal. Quem não sonha com uma ciência perfeita, que mostre a natureza como ela é? Mas entre os sonhos e as realizações, a distância é grande. Concretamente, o pesquisador é forçado a aceitar riscos, a se apoiar em determinada concepção de natureza, a postular relações talvez inexistentes, a formular conjecturas audaciosas ou mesmo temerárias, a ‘manipular’ os fatos de modo às vezes pouco habilidoso. A espécie de vulgata epistemológica que esconde mais ou menos deliberadamente esses aspectos da atividade científica pretende dar desta última uma imagem lisonjeira, até mesmo asséptica: o Sábio é um espírito puro, frio, neutro e objetivo que opera num vazio cultural e ideológico perfeito. Naturalmente, deve-se admitir que ele utilize um pouco sua imaginação [...] Mas todo um dispositivo retórico é acionado para que qualquer confusão com a imaginação dos artistas e dos filósofos seja evitada”.

Thuillier

Considerando o texto acima, é correto afirmar que
a) não há nenhuma diferença entre a ideia que o senso comum tem da ciência (a “vulgata epistemológica”) e a atividade real do cientista.   
b) embora o cientista tente mostrar a natureza como ela é, o fazer científico tem que se apoiar em certos aspectos que não são certos nem seguros.   
c) o cientista é, segundo o autor, um Sábio que, na realidade, exerce as virtudes da objetividade, da imparcialidade e da neutralidade.   
d) o senso comum sobre a ciência (a “vulgata epistemológica”) não tem nenhuma imagem definida do cientista e confunde-o com o artista e o filósofo.   
e) o autor concorda com as concepções que veem a atividade científica como realmente desvinculada de um contexto cultural e ideológico.   
  
11. (Unioeste 2011)  “A assim chamada ‘filosofia mecânica’ (que antes da época de Newton não coincidia de modo algum com aquela parte da física que hoje chamamos mecânica) é baseada em alguns pressupostos: 1) a natureza não é a manifestação de um princípio vivo, mas é um sistema de matéria e movimento governado por leis; 2) tais leis podem ser determinadas com exatidão matemática; 3) um número muito reduzido dessas leis é suficiente para explicar o universo; 4) a explicação dos comportamentos da natureza exclui em princípio qualquer referência às forças vitais ou às causas finais. Com base nestes pressupostos, explicar um fenômeno significa construir um modelo mecânico que ‘substitui’ o fenômeno real que se pretende analisar. Esta reconstrução é tanto mais verdadeira, isto é, tanto mais adequada ao mundo real, quanto mais o modelo for construído só mediante elementos quantitativos e aptos para serem reduzidos às formulações da geometria. O mundo imediato da experiência cotidiana não é real (...) Reais são a matéria e os movimentos das partículas que constituem a matéria, que acontecem segundo leis determinadas. O mundo real é tecido de dados quantitativos e mensuráveis, bem como de espaço e de movimentos e relações no espaço. Dimensão, forma, situação de movimento das partículas (para alguns também a impenetrabilidade da matéria) são as únicas propriedades reconhecidas ao mesmo tempo como reais e como princípios explicativos da realidade”.

Paolo Rossi.

Considerando-se o texto acima, assinale qual característica não pode ser atribuída ao mecanicismo ou filosofia mecânica
a) A redução da complexidade da natureza à matéria (partículas e suas propriedades espaciais) e movimento.   
b) O uso de modelos matemáticos para explicar a natureza.   
c) A homogeneização da natureza: leis naturais matemáticas que valem em qualquer lugar e em qualquer tempo.   
d) Em relação aos objetos da natureza, há distinção entre propriedades reais (invisíveis) e aquelas produzidas pelos sentidos (visíveis).   
e) A importância explicativa do vitalismo e da teleologia (causas finais).   
  
12. (Unesp 2011)  Parece notícia velha, mas a ciência e o ensino da ciência continuam sob ataque. No portal ‘www.brasilescola.com’ há um texto de Rainer Sousa, da Equipe Brasil Escola, que discute a origem do homem. No final, o texto diz: “sendo um tema polêmico e inacabado, a origem do homem ainda será uma questão capaz de se desdobrar em outros debates. Cabe a cada um adotar, por critérios pessoais, a corrente explicativa que lhe parece plausível”. “Critérios pessoais” para decidir sobre a origem do homem? A religião como “corrente explicativa” sobre um tema científico, amplamente discutido e
comprovado, dos fósseis à análise genética? Como é possível essa afirmação de um educador, em pleno século 21, num portal que leva o nome do nosso país e se dedica ao ensino?

(Marcelo Gleiser. Folha de S.Paulo, 13.02.2011. Adaptado.)
 
O pensamento de Marcelo Gleiser é expresso por meio de uma
a) perspectiva conciliatória entre religião e ciência acerca da origem do homem.   
b) abordagem do conflito entre criacionismo e evolucionismo sob um ponto de vista liberal, defendendo a liberdade individual para escolher qual adotar.   
c) pressuposição de que a teoria da evolução das espécies de Charles Darwin é anacrônica e, portanto, inapropriada para explicar a origem do homem.   
d) crítica da posição adotada pela Equipe Brasil Escola, por seu teor de irracionalismo.   
e) pressuposição segundo a qual, no que tange à origem do homem, os critérios subjetivos devem prevalecer sobre os critérios empíricos.
 


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